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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

TEOLOGIA DA UMBANDA II

                      
Do ponto de vista da Umbanda, o que fala a nossa Teologia sobre o que é nossa Religião? Nós a vemos como a religação do homem a Deus. Nós O chamamos Deus, Energia, Zambi, Olorum, mas na verdade Ele é inominável. Como Ele próprio disse a Moisés: “Eu sou o que sou Ex. 3,14”.
Isto, no entanto é um ideal a ser realizado, um sonho a ser conquistado e que somente será realizado, por cada fiel de Umbanda, ao longo de seu processo de evolução.

A religião, em si, não é a responsável pela evolução dos espíritos encarnados. Tampouco é o Evangelho em si. Na verdade, nossa evolução promana da energia divina e do nosso livre arbítrio.  A Religião está em nossa vida como forma de nos orientar na busca dessa evolução, e ela está ou estará presente, nessa ou em outras vidas, em cada ser humano. Além disso, cada religião provém de uma linha espiritual, você pertencendo a uma religião poderá experimentar a espiritualidade em sua prática do dia a dia de maneira ordenada e consciente.  Essa prática, advinda do conhecimento da espiritualidade, levará à consciência social, do mundo que nos rodeia e das dificuldades vividas pelos irmãos. Se a prática da espiritualidade for consciente levará a uma atuação de cada um em benefício da comunidade, podendo, com isso melhorar a sociedade.

A partir do Cristianismo, várias religiões se formaram; houve ramificações dessa árvore que, após mais de dois mil anos, continua frutificando.
A Umbanda é uma dessas ramificações e o ideal divino, para ela, é a evolução humana. Para isso, a principal orientação para o homem é: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” que nas palavras de Cristo são os dois primeiros e mais importantes mandamentos, não sendo o primeiro superior ao segundo. Deles podemos deduzir que na prática nossa do dia a dia devemos ter, como norte espiritual, amar e respeitar a Deus, aos nossos irmãos e praticar a caridade. Nisto se resumem todas as qualidades necessárias para a nossa evolução.

Além disso, ao Umbandista devemos lembrar que Deus nos fez harmônicos com toda a natureza e que não devemos nos fazer patrões, exploradores, ou dominadores das criações de Deus. Estamos aqui para sermos parceiros da Natureza e de toda criação de Deus.
O respeito pela Natureza significa um respeito à Fonte Primordial da Vida.

domingo, 13 de novembro de 2011

TEOLOGIA DA UMBANDA I


A palavra teologia vem da palavra grega “theologia” que significa a ciência dos deuses.  Por isso assim são chamados os estudos dedicados ao conhecimento de Deus, da sua relação com as suas criaturas e, sobretudo, à busca de uma verdade religiosa.
 
Modernamente,no ocidente, esse termo passou a ser usado, de uma maneira mais restrita, aos estudos vinculados ao entendimento dos textos sagrados do Cristianismo.

Na Umbanda, o estudo de Olorum – Deus – se dá a partir do momento em que nós a reconhecemos como uma religião. 
Deus é, para nós, não somente uma energia onipotente e onipresente, como a fonte de toda a energia existente no Universo infinito.  Ele é imanente a todos os elementos animados e inanimados existentes no Universo. Como fonte de toda energia positiva, existe em cada um de nós  em todos e em tudo. Olorum não é bom, Ele é a bondade; Ele não ama, Ele é o amor; Ele não é fiel, Ele é a fidelidade, enfim, Ele não tem uma ou várias qualidades, mas, sim, ele é a fonte de todas elas. Quando dizemos que Olorum tem uma qualidade como a dos homens, nós o estamos reduzindo a um homem, e pensar um Deus antropomórfico é tirar dele sua condição divina. Podemos ver isto nos panteões romano e grego. Neles os deuses eram homens que tinham o poder de punir os outros homens; eram deuses com os mesmos defeitos do ser humano, com direito de serem vingativos, irados, falsos, enfim, com todos os defeitos e todas as qualidades dos seus adoradores.

Jesus - o Cristo- seu primeiro filho, porém não o único, veio com a função de nos trazer o ensinamento do Amor – o Evangelho – no momento em que se tornava necessária uma modificação no rumo dos espíritos encarnados em nosso planeta. Jesus veio há mais de dois mil anos, quando civilizações inteiras já haviam prevalecido umas sobre as outras, quando o ser humano já começava a ter a capacidade de se agregar, de ter crenças diferentes e de abandonar o politeísmo que prevaleceu na antiguidade.  Quando Jesus chega, ao nosso mundo, é um dos momentos em que a humanidade deveria começar a se preparar para um novo tipo de civilização.  Cinco séculos após a chegada de Cristo cai o último grande império daquela era: o Romano.  


O Cristianismo prepara assim o caminho para uma nova era aonde os espíritos viriam em busca de sua iluminação, atingindo-a através da reencarnação.  Cerca de dois mil anos após a sua vinda a maior parte da humanidade é espiritualista.  


Temos, ainda dentro da Teologia Umbandista, aqueles que representam, no planeta Terra, o sopro eterno de Deus: os Orixás.  Eles representam a energia de toda a natureza, de todos os elementos e de todos os seres.  Cada um correspondendo a um tipo de energia existente no meio ambiente em que vive o homem; cada um é uma forma de manifestação da Energia Divina. Por isso mesmo, é uma obrigação do Umbandista o respeito à natureza assim como trabalhar para manter o equilíbrio atual e recuperar o equilíbrio inicial de nosso meio ambiente. 



terça-feira, 1 de novembro de 2011

ESTAR ATENTO


Estar atento é o ato primeiro de um religioso.  A religiosidade é a condição necessária de um ser humano, filho de Deus, portador da Centelha Divina, da Energia Crística para alcançar suas plenas luminosidade e sabedoria. Cada dia é um novo dia, com possibilidades imensas de realizações espirituais. Nosso mundo se transforma, nós nos transformamos. Mas, para que lado nós queremos que nossa transformação nos leve? O que é mais importante em nossa realização nessa encarnação? Eu me reconheço como filho de Deus? Eu reconheço aqueles que estão ao meu lado como filhos de Deus?  Estarei buscando minha evolução? Estou atento à compreensão do meu Eu? Estarei preocupado com o meu SER? Ou estou apenas buscando recompensas materiais, ou seja TER.  A religiosidade nos leva para nosso interior, para o nosso Eu, para o nosso Ser. Mas para isso devemos estar atentos às coisas e acontecimentos edificantes que ocorrem à nossa volta, impedindo que sejamos contaminados com o que de mais aterrador existe em nosso mundo hoje: a ambição material e de poder. Nós fomos levados, pelo sistema sócio-econômico vigente, a ver o mundo apenas pelo lado do dinheiro.
Se perguntarmos a nós mesmos, todos os dias, o que vimos de bonito, ou que alegria tivemos, ou qual o nosso sonho, corremos o risco de descobrir que nunca tivemos tempo para alimentar nossa alma, nosso espírito, com as belezas que Deus põe à nossa frente; com as pequenas alegrias que temos todos os dias, mas nas quais não nos fixamos. Sequer as percebemos, pois estamos muito preocupados à espera de uma grande alegria, que não sabemos qual é mas que esperamos; o que é pior, descobriremos  que estamos andando em círculos porque não temos um sonho de evolução espiritual ou se temos meta, a espiritual, é incompatível com a outra, a material; e ainda, pior que tudo isso, é que nossa desculpa será a velha e esfarrapada falta de tempo.  As coisas mais simples, que são as que nos trazem alegria e nos enchem os olhos de beleza e paz, estão ao nosso alcance a maior parte do tempo. Nosso tempo nós o fazemos. Esse tempo, que podemos e devemos fazer, é o de nossa evolução e de nosso número de encarnações. Muitas vezes estamos em uma encruzilhada de nossa vida e não sabemos qual a decisão tomar simplesmente porque não temos bem definido em nossa cabeça para onde desejamos ir; qual o norte da nossa vida material e espiritual. 
Quantas vezes, mesmo sem nos darmos conta do porquê, nos sentimos com uma grande alegria e um grande otimismo.  Se pararmos para pensar, talvez descubramos que naquele dia por um ou outro motivo tivemos uma pequena alegria ou vimos algo de muito belo; ou talvez naquele dia tenhamos dado um passo a mais na direção da concretização de nossa evolução.  Para nossa evolução devemos estar atentos aos nossos atos e oportunidades que são colocadas à nossa frente, para que sejamos coerentes com nossa religião. Devemos sim ter um sonho material, mas que seja compatível com a nossa necessidade espiritual.
Muitas vezes estamos com posturas tão egoístas e ambiciosas, às vezes até doentias, que nos impedem de ver essas coisas.  Nós mesmos eliminamos as coisas bonitas, alegres que nos acontecem, como uma flor que nasce em nossa casa, o sorriso de uma criança, uma noite de luar, um lindo amanhecer, assim como muitas outras situações de alegria e beleza que acontecem em nossas vidas.  Devemos estar atentos a todas essas situações que enriquecem nosso Espírito para que nossa caminhada nessa encarnação seja frutífera. Se não estivermos atentos a elas não ficarão gravadas em nossa mente e não tocarão nosso Espírito; além disso, significará que perdemos um bom tempo de vida, fixados apenas aos aspectos materiais; fixados apenas em nosso Ego e descuidados do nosso Eu.
Para que consigamos isso devemos lutar contra a correnteza, pois nossa sociedade está totalmente voltada para isso; no mundo moderno, quando a evolução material e tecnológica está no seu ápice somos, se o permitirmos, nós seremos engolfados na correria do dia a dia sempre buscando o que é fugaz, irreal, e passageiro. Isto não significa que não deveremos buscar uma melhoria material em nossa vida.  Deveremos sim, mas mantendo sempre a ética Cristã, o amor ao próximo, os limites morais necessários.
Na verdade nós mesmos somos os responsáveis pelas nossas tristezas e decepções por não buscarmos o que é real e eterno relegando estes últimos a um segundo plano, que, quando tivermos tempo, serão objeto de nossa preocupação. O principal objetivo de nossa vida nesse planeta e nessa encarnação é a evolução espiritual.  Evoluir, evoluir sempre; com fé, com alegria, sem medo.
Para isso devemos ter nosso sonho de evolução presente no nosso dia a dia; deveremos estar atentos às oportunidades que temos ao longo de nossos dias, de observar o belo e o alegre, para alimentar nossos Espíritos.  O sonho é o norte da nossa vida, é a bússola que nos indica o caminho que estamos percorrendo.  Ele nos mostra se estamos ou não nos aproximando daquilo que nosso Espírito almeja ser.  Para atingi-lo é importante que tenhamos determinação, força, ter certeza, ter fé no nosso poder de transformação; mandar, sempre, para o plano astral, mensagens de que nós podemos, nós conseguimos, nós venceremos. Nada nos atrapalhará; nós superaremos sempre todas as dificuldades que aparecerem, pois estamos acompanhados pelas nossas Entidades de Luz que nos apóiam e ajudam em nossa caminhada e temos dentro de nós a Energia Divina. Nós temos, como Umbandistas, a Fé e a Oração como suporte para nossas vidas. Temos a bênção de acreditar na comunicação com as Almas, de acreditarmos na vida após a morte, na reencarnação, o que dá outro sentido a essa nossa passagem por essa existência.  Podemos chegar aos pés de uma entidade, Preto Velho, Caboclo, Exu, e a outros entidades de luz que nos ajudam a superar nosso dia a dia, com dignidade, resignação e espiritualidade,  sabendo que essa nossa encarnação quando terminada, após nossa passagem, nos fará chegar ao Plano Espiritual melhorados, mais evoluídos, com maior luz própria.