O QUE É O MUNDO ESPIRITUAL
Para nós, os
fiéis de religiões espiritualistas, a dificuldade máxima que encontramos é, na
maioria das vezes, conseguir compreender como o mundo espiritual funciona.
Alguns imaginam que esse plano é absolutamente não compreensível, para nós os
espíritos encarnados. Outros possuem ideias mirabolantes, imaginando um mundo pós
cibernético onde as coisas funcionam de maneira automática. Outros imaginam um
mundo como o nosso, mas dedicado apenas a atividades espirituais de socorros,
ensinamentos, aprendizados, etc. Enfim um terceiro grupo simplesmente não pensa
sobre isso. Como então podemos ser espiritualistas se não temos nem sequer ideia
de como é a esfera espiritual.
Como temos
visto, através das inúmeras obras psicografadas, a dimensão espiritual possui
diversos níveis de vibração. São faixas vibratórias para onde se dirigem os
espíritos após a morte do corpo físico. Cada um será conduzido para aquela com
a qual se harmoniza. Apenas para um exemplo de outras concepções, algumas
escolas esotéricas atuais e muitas de origem mais antiga e mesmo imemoriais,
definem sempre como sete os planos de vivência do ser humano, variando do plano
físico até o plano divino.
As
primeiras perguntas que devemos nos fazer é que caminho iremos tomar após a
nossa passagem, o que nos espera no chamado mundo espiritual e o que estamos
fazendo para merecer um caminho de despego material, de mais luz e de maior
crescimento espiritual. Estaremos em uma dimensão serena e imperturbada? Ou
estaremos em um plano de perturbações e dores? Respondidas essas primeiras
perguntas, devemos nos preocupar em como viveremos em cada faixa existente.
Estaremos nela sem nada fazer ou existirão lá atividades que deveremos
desempenhar? Estaremos felizes? Teremos amor? Como será? Chegaremos a um lugar
de trabalho ou de ócio. Tudo dependerá de nós mesmos. Nós definiremos, aqui
mesmo, o caminho que vamos seguir.
O mundo espiritual nada mais é do que o mundo físico aperfeiçoado.
Existem cidades, colônias, hospitais, escolas, residências, trabalho, cultura,
plantas, flores, rios e tudo o mais que existe nessa nossa Terra, porém em
nível muito mais sutil, construídos e nascidos de forma muito mais tênue e
menos bruta que a nossa matéria. Existe um enunciado esotérico que nos diz que:
“assim como é embaixo é em cima”. Isto
se dá porque o que se constrói, o que se cria embaixo também se plasma em cima,
e o que se descobre, os novos conhecimentos na Terra, antes são plasmados no
espaço.
O que deve ser enfatizado é que a
matéria prima de tudo que lá existe é muito diferente daquela que conhecemos
aqui em nossa dimensão. Para entender esse tipo de energia que conforma a
Aruanda, assim como todo o espaço, vamos usar como exemplo uma forma de energia
da qual a Teosofia[1] nos
fala. Se você pensa, por exemplo, em Papai Noel, uma forma pensamento de Papai
Noel será formada no espaço[2]. O que a constrói são as ondas energéticas
emitidas pelo pensamento e, portanto, são extremamente sutis.
Nos Planos Espirituais, a energia usada é muito mais sutil do que a
existente em nosso planeta e, quanto mais elevada é a dimensão, mais sutil se
tornam as diferentes coisas que ali são plasmadas. Esta energia conforma,
portanto, aquilo que se convencionou chamar de matéria astral ou matéria extrafísica.
Com isso, as construções são sutis, diáfanas, translúcidas, mas absolutamente
nítidas por aqueles a quem for dada a felicidade de poder enxergar essas
dimensões. Um plano onde não há a
matéria densa que predomina na terra, mas sim matéria diáfana, como o nosso
perispírito e, em alguns casos, até mais sutil.
Pelas comunicações dos espíritos, e por vidências
acontecidas, a Aruanda é um local com construções modernas, como se
prevalecesse um tipo de vidro que você apenas intui sua presença, por ser
absolutamente translúcido. Sua transparência é enorme e o ar límpido torna-a
ainda maior. Existe muita água e é tudo extremamente diáfano. Ao seu entorno,
muitas plantas e jardins. Ao lado das construções, uma floresta, muito verde e
que adentra vários lugares da cidade, Inter penetrando-a e formando um conjunto
único e harmônico. A floresta parece mais verde e mais viva, é o efeito da matéria
não densa. Essa floresta é a Mata da Jurema, que tanto cantamos em nossos
terreiros, quando homenageamos os nossos Caboclos. Ao olharmos aquilo que na
terra é matéria densa, se tivermos a oportunidade de ver Aruanda, descobriremos
que lá as cores são mais belas e sua consistência mais delicada. Isto não quer
dizer que a Aruanda seja assim, mas é a forma que nos é mostrada para que
consigamos entender.
Em um dos livros de André Luís ele
narra, através de seu médium Chico Xavier, um fato ocorrido em uma de suas
viagens astrais demandando a Terra. O grupo de Espíritos, com o qual estava,
parou em uma Casa de Passagem. Lá ele viu um quadro e comentou que ele já
conhecia o original dele, na Terra, da época de sua última encarnação e que a
única diferença é que este, o que ele agora via, tinha cores mais fortes, mais
brilhantes. O Espírito chefe da Casa lhe respondeu que o original era este que
ele via agora e que o outro era uma reprodução que havia sido intuída pela
espiritualidade ao pintor. Esse fato nos mostra que todas as obras inventadas
ou criadas pelo homem, para o bem, para a beleza, para o enlevo dos espíritos
encarnados partem do plano espiritual e são recebidas pelos que serão, aqui na
Terra, seus autores, pois estes já vieram preparados para isso. Quanto ao
conhecimento e as tecnologias, o ser humano, pelo seu livre arbítrio, os
utiliza da forma como queira, por isso, muitos conhecimentos científicos são
transformados em armas letais contra o próprio ser humano. Porém, o plano
espiritual nada tem a ver com isso. São invenções que provêm da inteligência
humana e nada mais do que isso.
Na Aruanda, os espíritos trabalham
nas mais diversas ocupações. Suas tarefas estão voltadas ou para sua própria
dimensão ou para o nosso plano. Quando trabalhando em missões voltadas para seu
mundo, eles estão socorrendo os recém desencarnados, ensinando nas escolas,
trabalhando em artes, ciências, hospitais e outras atividades.
[1]A origem da palavra Theosophia é grega e significa primária e literalmente
Sabedoria Divina. Foi cunhada em Alexandria, no Egito, no século III d.C. por
Amônio Saccas e seu discípulo Plotino que eram filósofos neoplatônicos.
Fundaram a Escola Teosófica Eclética e também eram chamados de Philaletheus (Amantes da Verdade) e Analogistas,
porque não buscavam a Sabedoria apenas nos livros, mas através de analogias e
correspondências da alma humana com o mundo externo e os fenômenos da Natureza.
(Definição da Sociedade Teosófica no Brasil)
[2]Segundo a teosofia
formas-pensamento são
criações mentais que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor
as características de acordo com a natureza do pensamento. Deste ponto de
vista, encarnados e desencarnados podem criar formas-pensamento, com características boas ou ruins, positivas ou
negativas