· O
Espiritismo
O Iluminismo é, em essência, o fim do
período em que o homem viveu sem perceber que não só ele podia, como devia
buscar o seu próprio eu. Até então, o homem era voltado somente para seu ego, ou
seja, sua parte material. O cuidado com
seu espírito, sua alma e seu corpo não era uma incumbência dele. De certa
maneira, ele se beneficiava com isso, já que ser responsável por si implica uma
grande parcela de riscos e muito trabalho. O espiritismo vem colocar essa
questão em outro patamar: nós somos responsáveis por nosso processo evolutivo.
O iluminismo, conhecido
como século das Luzes, apareceu entre os pensadores europeus, em meados do
século XVII e teve uma vida prolongada até início do século XIX. Esse movimento
propunha reformar a sociedade, levando o homem a um maior conhecimento e
interação com a natureza. Defendia o intercâmbio cultural e posicionava-se
contra as intolerâncias da Igreja e do Estado. Um de seus iniciadores, Baruch
Spinoza (1632-1677), tem uma concepção de Deus que mostra com clareza a
liberdade desejada pelo Iluminismo para os homens. O Iluminismo vem colocar em
cheque o que se chamava a idade das trevas. Foi na esteira deste movimento político
e cultural que veio à luz o Espiritismo, através das obras de Kardec.
O espiritismo teve como
precursor mais importante, conforme dissemos anteriormente, Emanuel Swedenborg, sábio, cientista e
médium sueco, nascido em Estocolmo, em 1688 e falecido em Londres, em 1772. Foi
seguramente um dos maiores médiuns de todos os tempos, pois, além de clarividência, vidência e audiência, possuía também a de efeitos físicos.
Em 1846 nasceu Leon
Denis, aquele que é considerado o filósofo da doutrina espírita, escritor com
várias obras a respeito do espiritismo.
Em 1857 foi
lançado O Livro dos Espíritos, primeira
obra em que se estabelecem os princípios do Espiritismo. Em 1861 veio
à luz O Livro dos Médiuns que
traz explicações necessárias para esses fenômenos, àquela época, novos para o
mundo. Em 1864 foi a vez da humanidade conhecer O Evangelho segundo o Espiritismo, livro baseado na Bíblia, com a finalidade de
definir os padrões morais do Espiritismo. Dentre as obras, mais importantes
dessa doutrina, vem a público, em 1865, O Céu e o Inferno, onde
Kardec analisa criticamente a visão da doutrina católica sobre o plano a que chegariam os
espíritos quando desencarnados. Finalmente, em 1868 foi
publicada A Gênese, uma obra em três
partes, que trata da Gênese, da formação dos mundos e da criação dos seres
animados e inanimados em sua primeira parte; na sua segunda parte trata dos milagres de Jesus e como podem ser explicados, à luz da doutrina espírita; a
terceira parte explica como e porque podem se dar as previsões de coisas
futuras, os pressentimentos, as intuições, e outros fatos relacionados aos
assunto.
O
primeiro Centro Espírita no Brasil foi criado em 17 de setembro de 1865, na Bahia, por Luís Olímpio Telles de Menezes. No Rio de Janeiro,
o primeiro Centro Espírita fundado foi a Sociedade de Estudos Espiríticos –
Grupo Confúcio, em 2 de agosto de 1873. Em
01 de janeiro de 1884 foi criada no Brasil, a Federação Espírita Brasileira e eleita
sua primeira diretoria. Seu primeiro presidente
foi o major Francisco Raimundo Ewerton Quadros.
Como adiantamos ao
início desses textos, que postamos a respeito do livro Religiões do Rio, de João
do Rio, em nenhum momento o autor encontrou qualquer ritual que fosse parecido
ou tivesse o nome de Umbanda. Muitos confundem o mediunismo, que, obviamente,
era praticado naquela época, anterior a 1908, e em épocas muito mais remotas da
humanidade, com o Culto de Umbanda. O mediunismo existe desde os primórdios da
humanidade, mas sempre foi usado com outras finalidades que não a da Umbanda: A
Manifestação do Espírito para a Caridade.