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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A PALAVRA QUE REVELA DEUS AOS HOMENS


        I.      
No começo a palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus e a Palavra era Deus. Tudo foi feito por meio dela e de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens. Essa Luz brilha nas trevas e as trevas não conseguiram apagá-la (João, 1, 1 a 5). E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade (João, 1, 14).  Porque da sua plenitude todos nós recebemos, e um amor que corresponde ao seu amor. Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo (João, 1, 16 a 17).
Todo esse trecho do Evangelho de João remete-se ao conceito de Logos, aqui traduzida como Palavra. Logos, em grego, era a palavra escrita ou falada. Para os filósofos, Logos passou a ser algo assim como razão, como racionalidade, princípio da Ordem Universal, da Beleza Universal.
Deus não é um homem, como figurado em outras religiões cristãs; Deus é Indizível, e Inominável, é Infinito, é Desconhecido.  Como diz João, ninguém jamais viu Deus e quem nos revelou Deus, foi o Filho único que está junto ao Pai. Deus é fonte de todas as boas qualidades e bons sentimentos. Ele é a fonte de onde vem a Energia que nos vivifica, por isso, tudo veio através de seu mensageiro, seu Filho. Essa Energia é a Luz Crística que a tudo e todos envolve no Universo. Tudo e todos foram criados através dessa Energia. Ela é como “o vento que sopra, nós o escutamos, mas não sabemos de onde vem, nem para onde vai (João, 3, 8)”.
Traduzido por João como Palavra, ele dá a essa Palavra toda a capacidade de ser a Luz dos Homens, a Luz que brilha nas trevas.
Jesus, o Jesus histórico, é o espírito totalmente evoluído que será a perfeita encarnação de Deus. A perfeita Luz Divina, Luz Crística, que representa tudo aquilo que todos os filhos de Deus podem ser e serão em alguma das suas encarnações.
Jesus chega ao mundo, como um espírito plenamente evoluído, com sua Luz interior no ápice do que pode um ser humano ter. Ninguém, antes ou depois Dele, conseguiu tal nível de luminosidade. Ele não era iluminado, era luminoso, possuía Luz própria, e por isso foi chamado o Filho Unigênito de Deus, ou Filho Único de Deus. Também, por isso, João diz que o Logos estava voltado para Deus, e que a Palavra era Deus, e que tudo foi feito por meio Dela. Jesus, ao atingir a plena luminosidade passa a ser um enviado de Deus, o Filho de Deus. Essa Palavra de Deus ao qual João se refere, provinha do Cristo interior de Jesus. A Luz que brilha nas trevas e que as trevas não conseguiram apagar eram seus ensinamentos, seus atos, que vinham para nos dar a evolução espiritual; já as trevas, simbolicamente, representam o momento da humanidade, ainda iniciando sua  espiritualização.
Ao dizer que na Luz estava a Vida e que a Vida era a Luz dos homens, fala dessa Centelha Divina, dessa Chama em evolução que temos dentro de nós e que nos vivifica, fala de nosso Espírito, tornando-nos capazes de alçar vôos mais elevados na espiritualidade. O próprio Jesus, o Cristo, nos diz que somos a Luz do Mundo (Mateus, 5, 14). Nós também somos filhos de Deus (Mateus, 5, 16). Isto nos dá a oportunidade de um crescimento espiritual; não podemos e não devemos ficar parados no tempo; devemos aproveitar as vidas, que nos são dadas, para avançar na senda da espiritualidade. Jesus é o Espírito, plenamente evoluído, que deveremos ter como exemplo, como sinal de que poderemos também chegar ao nível máximo da espiritualização. Como Jesus disse, poderemos também dizer, Eu e o meu Pai. Quando João fala de Jesus, o Cristo, cheio de amor e fidelidade, refere-se não só ao Pai, como também a nós, seus irmãos, no caminho da evolução e desenvolvimento de nosso próprio Cristo interior.  
A Lei veio através de Moisés. Na sua viagem pelo deserto, levando as doze tribos de Israel, Moisés necessitava regras de procedimentos para evitar o desmantelamento de toda a organização, familiar, econômica e moral. Já Jesus nos traz o amor; nosso Deus, que ele representa, já não é um Deus tirânico, vingativo, que coloca seus filhos sempre à prova, como se vê no Antigo Testamento; é um Deus de amor, que nos ajuda, nos momentos em que mais precisamos; é um Deus que não nos condena; ao contrário, nos dá oportunidades atrás de oportunidades para caminharmos o caminho que nos leva para próximo dele.