LEIS DA UMBANDA
1. Lei de amor incondicional aos irmãos
A lei do amor que nos foi ensinada por Jesus em seu Evangelho. Jesus quando nos fala de amor leva-o ao ponto extremo. Quando diz “amai aos vossos inimigos” está nos ensinando que nós não devermos ser inimigos de ninguém. Devemos ver, em cada ser humano, nós mesmos. Nossa alma é uma continuação da alma de cada um. Nosso espírito algum dia complementará o espírito de cada um de nossos irmão na formação de uma grande luz universal, que tornará esse mundo melhor, mais bondoso. Façamos nossa vida voltada exclusivamente para o amor e para sua principal e mais importante qualidade que dele deriva e que um ser humano pode ter: A CARIDADE
2. Lei de respeito a toda criação de Deus
Lei de proteção à natureza e a todo ser vivente. Para nós, os Umbandistas, os Orixás são energias da natureza. A natureza não pertence ao ser humano, o ser humano é com a natureza. Por isso, devemos deixar que ela entre por nossos sentidos , afirme-se em nossa mente e nossa alma dela faça parte. Assim não podemos ser omissos perante a destruição da natureza e muito menos participar de sua destruição. Sejam animais, sejam vegetais ou minerais, todos eles são criação de nosso Pai e, portanto, devemos preservá-los e respeitá-los. O mundo em que vivemos é formado pela energia de todas criaturas de Deus. Há uma interação entre as energias de todos os reinos: animal, vegetal, mineral e hominal. Por isso, a destruição de um deles significa também a destruição dos outros.
Além dessas leis, a Umbanda pela sua origem é uma religião Cristã. Possui sincretismo com o Candomblé, no tocante à existência dos Orixás. Do Espiritismo, e das religiões orientais, originam-se os demais conceitos básicos da religião. No entanto, como uma religião que tem seus próprios dogmas e suas próprias bases filosóficas, vários dos conceitos existentes nas religiões que as influenciaram tem um significado próprio dentro da Umbanda.
Há um grande sincretismo religioso na Umbanda, com o Catolicismo, com religiões espiritualistas, em especial o Espiritismo, e com o Candomblé. Se formos além das fronteiras do Brasil, veremos que também as religiões orientais tiveram uma grande influência sobre nossa Umbanda, em especial no tocante aos trabalhos com respeito à saúde. Os conceitos referentes à reencarnação, ao livre arbítrio, à responsabilidade pessoal por nossos atos e outros advêm tanto do espiritismo como das religiões orientais.
Do Catolicismo esse sincretismo deve-se a que os negros trazidos para o Brasil, nas casas de seus senhores eram obrigados a se batizar, receber um nome português e adotar a doutrina Católica. Como forma de continuar cultuando seus Orixás, sem que seus donos ou os padres percebessem, os negros passaram cultuá-los através dos santos católicos. Então cada santo passou a representar um Orixá; na realidade os primeiros negros não cultuavam os santos católicos. No caso específico dos Orixás o sincretismo é visto com mais força no tocante ao nome das antigas tendas, pois sendo proibido colocar o nome dos Orixás, os Pais de Terreiro colocavam o nome de santos católicos. Assim, ainda hoje temos alguns Orixás que pelo sincretismo são mais conhecidos como santos católicos Oxalá (Jesus Cristo) Omolu (S. Lázaro); Ogum (S. Jorge); Oxossi (S. Sebastião – Na Bahia esse sincretismo muda - pois S. Jorge passa a ser Oxossi e S. Sebastião), Ogum); Ossãe (S.Bartolomeu); Iansã (Santa Bárbara); Xangô (S. Jerônimo); Oxum (N.Sra. da Conceição); Oxumare (N. Sra. das Graças); Ibeji (Cosme e Damião); Iemanjá (N.Sra. da Glória, N.Sra. dos Navegantes na Bahia) e Nana (Sant’Ana).
A partir da década de 1930 algumas Tendas começaram a denominar-se com o nome de Orixás.
Logo a seguir a Igreja Católica proibiu a existência e uso de imagens católicas dentro das Tendas. Nesse momento o sincretismo já estava muito forte e também a Umbanda já possuía sua organização através da União Espiritista do Brasil, que congregava as Tendas criadas a partir do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Através dessa União, foi encomendada, a um artista francês, residente no Rio, a quadros representando os Orixás na Umbanda. Chegou a ser concluída uma pintura representando Oxalá (que era Jesus Cristo dentro de uma grande luz amarela que representava o Sol) e foram feitas, também, as de Iemanjá e Oxum. A que mais se firmou foi a de Iemanjá que até hoje é encontrada nos templos de Umbanda.
Do Candomblé vêm os Orixás que foram trazidos pelos Pretos Velhos.
Do Espiritismo, até porque origem da Umbanda se deu em uma mesa kardecista, veio a filosofia cristã da Umbanda e também a reencarnação.
FUNDAMENTOS DA UMBANDA
A Umbanda, como toda religião, tem princípios religiosos e filosóficos básicos que buscam lhe dar coerência servindo de fundamentos e orientações para os seus seguidores ou fiéis. A Umbanda possui sete princípios que a sustentam.
O primeiro é a crença em um Deus único.
O segundo é a aceitação de Jesus, o Cristo como um filho especial de Deus, chegado à total evolução e à capacidade mediúnica plena.
O terceiro é a existência, em nós, da centelha divina (por isso somos também filhos de Deus).
O quarto é a existência de vida após a morte e a comunicação com as almas
O quinto é a existência do carma.
O sexto é o exercício do livre arbítrio.
O sétimo é a certeza da reencarnação.
A Umbanda é uma religião que deve ser professada sem medos, sem preconceitos e sem superstições visando nossa libertação. Não se pode imaginar um Deus que seja vingativo, punitivo e que esteja atento ao ser humano sempre com a finalidade de apanhá-lo em pecados, em faltas e puní-los. A grande finalidade de uma religião é levar o homem até Deus, como o próprio nome indica, religá-lo à Energia Divina.