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sábado, 6 de agosto de 2011

BASES DOUTRINÁRIAS DA RELIGIÃO DE UMBANDA I



LEIS DA UMBANDA

1.     Lei de amor incondicional aos irmãos



       A lei do amor que nos foi ensinada por Jesus em seu Evangelho. Jesus quando nos fala de amor leva-o ao ponto extremo.  Quando diz “amai aos vossos inimigos” está nos ensinando que nós não devermos ser inimigos de ninguém.  Devemos ver, em cada ser humano, nós mesmos.  Nossa alma é uma continuação da alma de cada um. Nosso espírito algum dia complementará o espírito de cada um de nossos irmão na formação de uma grande luz universal, que tornará esse mundo melhor, mais bondoso.  Façamos nossa vida voltada exclusivamente para o amor e para sua  principal e mais importante qualidade que dele deriva e que um ser humano pode ter: A CARIDADE



2.     Lei de respeito a toda criação de Deus


       Lei de proteção à natureza e a todo ser vivente.  Para nós, os Umbandistas, os Orixás são energias da natureza. A natureza não pertence ao ser humano, o ser humano é com  a natureza.  Por isso, devemos deixar que ela entre por nossos sentidos , afirme-se em  nossa  mente e nossa alma dela faça parte. Assim não podemos ser omissos perante a destruição da natureza e muito menos participar de sua destruição.  Sejam animais, sejam vegetais ou minerais, todos eles são criação de nosso Pai e, portanto, devemos  preservá-los e respeitá-los.  O mundo em que vivemos é formado pela energia de todas  criaturas de Deus.  Há uma interação entre as energias de todos os reinos: animal, vegetal, mineral e hominal.  Por isso, a destruição de um deles significa também a destruição dos outros.



 SINCRETISMO RELIGIOSO EM NOSSA RELIGIÃO

Além dessas leis, a Umbanda pela sua origem é uma religião Cristã.  Possui sincretismo com o Candomblé, no tocante à existência dos Orixás.  Do Espiritismo, e das religiões orientais, originam-se os demais conceitos básicos da religião.  No entanto, como uma religião que tem seus próprios dogmas e suas próprias bases filosóficas, vários dos conceitos existentes nas religiões que as influenciaram tem um significado próprio dentro da Umbanda. 

Há um grande sincretismo religioso na Umbanda, com o Catolicismo, com religiões espiritualistas, em especial o Espiritismo, e com o Candomblé. Se formos além das fronteiras do Brasil, veremos que também as religiões orientais tiveram uma grande influência sobre nossa Umbanda, em especial no tocante aos trabalhos com respeito à saúde. Os conceitos referentes à reencarnação, ao livre arbítrio, à responsabilidade pessoal por nossos atos e outros advêm tanto do espiritismo como das religiões orientais.

Do Catolicismo esse sincretismo deve-se a que os negros trazidos para o Brasil, nas casas de seus senhores eram obrigados a se batizar, receber um nome português e adotar a doutrina Católica. Como forma de continuar cultuando seus Orixás, sem que seus donos ou os padres percebessem, os negros passaram cultuá-los através dos santos católicos. Então cada santo passou a representar um Orixá; na realidade os primeiros negros não cultuavam os santos católicos. No caso específico dos Orixás o sincretismo é visto com mais força no tocante ao nome das antigas tendas, pois sendo proibido colocar o nome dos Orixás, os Pais de Terreiro colocavam o nome de santos católicos.  Assim, ainda hoje temos alguns Orixás que pelo sincretismo são mais conhecidos como santos católicos Oxalá (Jesus Cristo) Omolu (S. Lázaro); Ogum (S. Jorge); Oxossi (S. Sebastião – Na Bahia esse sincretismo muda - pois S. Jorge passa a ser Oxossi e S. Sebastião), Ogum); Ossãe (S.Bartolomeu);  Iansã (Santa Bárbara); Xangô (S. Jerônimo); Oxum (N.Sra. da Conceição); Oxumare (N. Sra. das Graças); Ibeji (Cosme e Damião); Iemanjá (N.Sra. da Glória, N.Sra. dos Navegantes na Bahia) e Nana (Sant’Ana).
A partir da década de 1930 algumas Tendas começaram a denominar-se com o nome de Orixás.
Logo a seguir a Igreja Católica proibiu a existência e uso de imagens católicas dentro das Tendas.  Nesse momento o sincretismo já estava muito forte e também a Umbanda já possuía sua organização através da União Espiritista do Brasil, que congregava as Tendas criadas a partir do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas.  Através dessa União, foi encomendada, a um artista francês, residente no Rio, a quadros representando os Orixás na Umbanda. Chegou a ser concluída uma pintura representando Oxalá (que era Jesus Cristo dentro de uma grande luz amarela que representava o Sol) e foram feitas, também, as de Iemanjá e Oxum.  A que mais se firmou foi a de Iemanjá que até hoje é encontrada nos templos de Umbanda.

Do Candomblé vêm os Orixás que foram trazidos pelos Pretos Velhos.

Do Espiritismo, até porque origem da Umbanda se deu em uma mesa kardecista, veio a filosofia cristã da Umbanda e também a reencarnação.

FUNDAMENTOS DA UMBANDA         


A  Umbanda,  como  toda religião,  tem princípios religiosos e filosóficos básicos que buscam lhe dar coerência servindo de fundamentos  e orientações para os seus seguidores ou fiéis.  A Umbanda possui sete princípios que a sustentam.

O primeiro é a crença em um Deus único.

O segundo é a aceitação de Jesus, o Cristo como um filho especial de Deus, chegado à total evolução e à capacidade mediúnica plena.

O terceiro é a existência, em nós, da centelha divina (por isso somos também filhos de Deus).

O quarto  é a existência de vida após a morte e a comunicação com as almas

O quinto é a existência do carma.

O sexto é o exercício do livre arbítrio.

O sétimo é a certeza da reencarnação.

A Umbanda  é uma religião que deve ser professada sem medos, sem preconceitos e sem superstições visando nossa libertação.  Não se pode imaginar um Deus que seja vingativo, punitivo e que esteja atento ao ser humano sempre com a finalidade de apanhá-lo em pecados, em faltas e puní-los. A grande finalidade de uma religião é levar o homem até Deus, como o próprio nome indica, religá-lo à Energia Divina.