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As Macumbas
As
entidades que chegavam nas Macumbas trabalhavam sempre da mesma forma e os
métodos que utilizavam eram ditados pelos espíritos vinculados aos níveis mais
baixos do mundo astral, que foram as responsáveis pela introdução desses ritos,
visando fazer o mal.
Segundo
Leal de Souza “a Macumba se distinguia pelo uso de batuques, tambores e outros
instrumentos de origem africana”. Segundo
o mesmo autor os batuques eram irregulares, diferentes dos toques usados nos Candomblés,
e serviam para influenciar os trabalhos que estavam sendo feitos, de maneira a
dar-lhes o resultado desejado. Por outro
lado, caracterizavam-se pelo tempo que esses trabalhos levavam, muitas vezes
indo até o amanhecer.
As
reuniões aconteciam em lugares ermos para evitar a repressão policial e eram
dirigidas, normalmente, por um espírito que se dizia um Negro, mas havia também
aquelas que eram comandadas por um espírito que se dizia um Caboclo. Esses espíritos eram obedecidos cegamente,
sem nenhuma hesitação e, muitas vezes, quando chegavam todos se colocavam de
joelhos e a entidade lhes dava vinho e bolos com palmatórias. Como forma de
impressionar, aos frequentadores das reuniões, muitas vezes queimavam pólvora
nas palmas das mãos pisavam em cacos de vidros e “engoliam” fogo. Elas tiveram
seu auge no Brasil, nas primeiras décadas do século XX, antes da extremada
urbanização pela qual passou nosso País, principalmente a partir da década de
50 do século passado.
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O Satanismo
Este culto
apareceu na Europa e era praticado como uma contraposição à igreja, com a
adoração de Lúcifer. Teve sua origem nas evocações do Papa Aviano em 1745. Na
verdade, esse Papa não existiu. Havia um frei chamado Aviano que era peregrino
e praticava milagres e teria feito o exorcismo daqueles que não seguiam a fé
cristã.
Esse culto
ao Diabo sempre existiu. Nos documentos dos satanistas foram encontrados, pelos
pesquisadores do tema envultamentos e malefícios anteriores aos feitiços dos
negros e a Dom Pedro I. No Brasil, os apóstatas, como se diz de Aviano, não
foram comuns e, apesar do desejo de fortuna e de satisfações mundanas, é
difícil se encontrar um caso de apostasia na história do clero brasileiro. Eram
considerados apóstatas todos aqueles que renegavam a fé em Cristo.
Os
satanistas ao contrário, no Brasil, foram muitos. Sempre souberam que Satã é,
segundo a Igreja Católica, o proscrito, o infame, o mal, o pervertido, no
entanto, mantinham sua participação nesse culto. Suas cerimônias eram cópias invertidas dos
rituais da Igreja e eram praticantes e usuários de forças ocultas vinculadas
segundo eles a Lúcifer. O número de crentes convictos sempre foi mínimo.
Podemos ver isto, hoje, em determinadas religiões que em seus cultos mais falam
do demônio do que de Deus.
Esta
figura lendária, nascida da crença católica, no Brasil e no Mundo, nunca deixou
de ser adorada e ou temida. No início dos séculos, na idade média ou nos tempos
modernos, os cultos e os incultos veneravam-no como a encarnação dos deuses
pagãos, com o poder de buscar almas, como o renegado, fazendo milagres a troco
dessas almas.
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Fisiolatria
Os
fisiólatras eram monistas, ou seja, consideravam que Deus estava em todas as
coisas por ele criadas. Assim, consideravam que Deus estava em toda natureza e
que a obrigação de todos era a formação de uma cultura mental que levasse todos
respeitarem à criação Divina.
O termo Fisiolatria é uma composição de duas
outras palavras: Fisio – que
significa produção, formação, natureza física e moral e o termo latria que significa Adoração
devida a Deus, culto. Eram, portanto, seguidores de uma doutrina
filosófica e consideravam sua religião mais que um culto, mas uma cultura
mental; a sistematização racional do processo de educação dos seres vivos,
donde resultariam todas as aptidões adquiridas, mesmo as físicas e fisiológicas.
A Fisiolatria baseava-se, como toda a reforma socioeconômica e cultural, que
através da libertação de todo o povo poderia ser construída uma sociedade mais
justa. A religião também era chamada Ortolatria, ou verdadeira cultura.
Os
fisiólatras pretendiam fazer uma remodelação de todas as coisas humanas, não
limitando a sua ação à modificação dos conceitos. Essa reforma abrangeria as
opiniões, os costumes, o Homem e a própria Terra. Pode-se dizer que foram os
primeiros seguidores de uma doutrina que procurava harmonizar o homem com a
natureza, deixando o homem de ser senhor da natureza, mas parceiro da mesma.
Hoje temos
a figura da deusa Gaia, utilizada nos meios de defesa ecológica, como o símbolo
da terra. Na ficção científica, principalmente de Isaac Asimov, professor da
Universidade de Harvard, no último livro de sua trilogia – que na verdade teve
cinco livros – mostra Gaia como um planeta onde se unem os animais, as plantas,
os minerais e os seres humanos para defender-se da ameaça externa, fazendo
surgir uma força invencível naquele que luta em defesa do Planeta.