Total de visualizações de página

domingo, 31 de julho de 2011

O HOMEM BOM TIRA COISAS BOAS DE SEU CORAÇÃO

O HOMEM BOM TIRA COISAS BOAS DO SEU CORAÇÃO

Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons, porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio. (Lucas, cap. VI, 43,44,45)


Como que nós podemos imaginar que uma pessoa que labuta o tempo todo em benefício próprio e se preocupa sempre em ter vantagens pessoais, em passar por cima de pessoas, que essa pessoa pode ter naquele momento, ou com aquelas ações coisas boas no coração?
O que Cristo nos trás nesta passagem é que não adianta que nós nos acreditemos bons, que nós digamos que somos bons, se as nossas ações nos desmentem. Muitas vezes a gente vê uma pessoa que, se dizendo muito boa, humilha a outra, com palavras ou com ações. Quantas vezes a pessoa faz valer o poder que tem pra prejudicar outras pessoas e, no entanto, se considera um perfeito cristão.

As ações que nós executamos ao longo da nossa vida, elas não são algo separado daquilo que nós somos, são como espelhos nossos. Se queremos saber como somos olhemos as nossas ações, olhemos o nosso comportamento. Observemos aquilo que nós fizemos de errado e busquemos sua correção. De nada adianta eu ficar o tempo todo me culpando porque eu faço algo errado, mas continuar fazendo. Não adianta eu ficar, a vida inteira, arrependido porque eu sou egoísta se eu continuo sendo egoísta. Não se trata de buscar culpa. Não se trata de buscar castigo, Jesus não nos ensinou isto; ele quer que nos preocupemos com a nossa evolução, e ela se dá através da identificação de nossos erros e do trabalho de correção que podemos fazer a partir daí.  

Quantas vezes nós estamos aborrecidos, chateados porque alguma coisa desagradável aconteceu e somente perguntamos porque aquilo aconteceu conosco já que, do nosso ponto de vista, sempre fomos tão bons, nunca fizemos  mal a ninguém, nunca desejamos o mau para ninguém! Mas será que é assim mesmo que eu me comportei? Será que eu não plantei a semente daquilo que estou colhendo?

Muitas vezes falamos: Ah, eu estou sofrendo assim porque Deus quer. Mas, como nós podemos imaginar que a fonte inesgotável da bondade faça alguém sofrer. É inexplicável nós imaginarmos que a fonte da justiça estivesse querendo que uma determinada pessoa sofra? Nossos sofrimentos nós buscamos, assim como a nossa evolução nós também buscamos, assim como a nossa felicidade nós também buscamos. Muitas vezes vemos pessoas que nos espantam com a sua alegria, embora saibamos que ela tem por trás inúmeros problemas, muito maiores do que os nossos, de toda ordem, e, no entanto, aquela vive sorrindo, vive brincando, mais feliz do que nós, que por qualquer pequeno contratempo, por qualquer desejo não satisfeito, por qualquer egoísmo não atendido ou não conseguido, estamos aborrecidos com a vida e maldizendo a hora que nascemos,  reclamando contra Deus, achando que é uma grande injustiça que nos ocorreu.  O não reclamar, o estar feliz, não quer dizer que nós ficaremos parados no sofrimento. Devemos saber que não é parando e nos abatendo, que vamos resolver os problemas. Temos de saber que mesmo com as dificuldades que temos ainda temos uma coisa que ninguém vai nos tirar , somos filhos de Deus e teremos sempre  a oportunidade de sermos felizes. Deus não colocou ninguém aqui para ser infeliz,  Quantas vezes nos agarramos a alguma coisa, a algum bem material, a algum desejo, e nos tornamos infelizes porque não conseguimos aquilo. A nossa evolução está em nós reconhecermos a necessidade de nos apartarmos do excesso de materialidade que nos cerca. A tristeza não é o melhor caminho da evolução. A tristeza não é o melhor caminho para chegar a Deus, seguramente é o caminho mais difícil, seguramente é o caminho mais tortuoso, seguramente é o caminho mais demorado, porque juntamente com a tristeza vem o desespero, junto com a tristeza vem a raiva. Ela, a tristeza, nos traz sentimentos negativos; nós temos que aprender a não sermos tristes; nós temos que aprender a não nos desesperarmos com as dificuldades da vida. As nossas dificuldades não são únicas. Será que se nós olharmos o noticiário de televisão nós ainda vamos nos sentir infelizes? Basta olhar um, não precisa olhar todos não, basta olhar um noticiário de televisão e nós veremos a quantidade de desgraças que ocorrem por este mundo, e ainda assim nós nos sentimos infelizes? Não, não podemos jamais nos sentirmos infelizes, porque nós temos uma coisa que é fundamental, nós termos a crença em Deus, nós sabemos que o nosso caminho para ele é garantido, demore uma, duas, 10, 1000 encarnações, mas nós chegaremos lá. A cada encarnação que nós passarmos estaremos nos aproximando de Deus, a nossa luz interior estará se tornando brilhante. Vamos deixar isto na nossa cabeça, vamos guardar isto como um lema, o melhor caminho para a nossa evolução é a alegria de viver, é a alegria de ser filho de Deus, é a alegria da certeza que nós temos de que Deus nos dá, não uma, não duas mas inúmeras chances de voltarmos nesta terra para continuarmos a nossa evolução. Se nós tivermos isto presente no nosso dia a dia, eu tenho a certeza que qualquer tristeza será um fardo muito leve para a gente carregar, qualquer tristeza, não contará mais do que no pequeno momento em que ela aconteceu e depois disto nós teremos força para seguir a diante. Pensemos nisto.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA


1.       Justiça terrena versus Justiça Divina
Do ponto de vista terreno, é aguardar a resposta da justiça humana, em face de determinada ação injusta que sofreu.  A justiça terrena é temporal, é resultado de convenções e leis elaboradas por seres humanos, de acordo com o interesse e o tempo daqueles que estão no poder.  Quando essa justiça falha, o homem passa a esperar uma justiça divina que puna o responsável pelos seus sofrimentos. Imagina uma justiça divina que se caracteriza pela ira de Deus, que pune o pecador ainda nessa vida ou após sua morte. Ditos como: O castigo de Deus é maior / Do castigo de Deus ele não escapa /  Deus tarda, mas não falha. Se algo de ruim acontece ao responsável por aquilo que sofremos já dizemos, Viu? Deus já o está castigando / Ele não sabe que isso ainda não é nada, etc. Acredita-se que a justiça de Deus é aquilo que representa a justiça do homem, ou mesmo, que ela é suplementar à do homem, pois quando esta falha a de Deus vem para corrigir o erro. Na esteira desse conceito, temos o conceito de Céu e de Inferno, que seriam os lugares onde Deus faria a sua justiça, quando o homem morresse.

2.       Dever e Justiça
Quando o homem se preocupa mais com seus direitos que com seus deveres, passa a ter um comportamento egoísta. A voz da consciência não é ouvida por ele; apenas seus interesses materiais são importantes; apenas a justiça que lhe reponha o que pretensamente lhe foi tirado é o que importa. A justiça para este homem é conseguir tudo o que ele acha que tem direito, não importando o direito dos outros, chegando mesmo a negar o direito de outros, em função do seu interesse. Por isso, na maioria das vezes, por essa falta de medidas o direito torna-se um enorme egoísmo; o cumprimento do dever é sempre o amor. Aqui não falamos, simplesmente, do dever material, mas também do dever espiritual, que vem do Evangelho de Cristo. A maior justiça se faz pelo amor e não pela punição.

3.       Julgamento
O julgamento maior, aquele que pode nos levar à evolução é o julgamento que nós mesmos fazemos a respeito de nossos atos, de nossos sentimentos, de nossas palavras, de nossas falhas. Por isso, nele nós acusamos nossos erros, nossas faltas, nossas intolerâncias, nossos egoísmos, etc. Esse é o Julgamento Divino que devemos esperar, pois outro não haverá, já que Deus está em nós. Somos nós que nos julgamos, tanto em vida como após a morte. Na busca da evolução saberemos o quanto já caminhamos e o quanto perdemos de tempo nesta e em outras existências. Esse julgamento não se dá, portanto, como um julgamento terreno que se dá dentro dos trâmites da justiça, na dependência daquilo que acham outros homens, de sua interpretação da lei. Ela se dá em nossa consciência, na compreensão de que somos filhos de Deus e que em nosso interior existe uma Centelha Divina que deverá, ao longo de nosso processo de evolução deve crescer até que sejamos plenamente luminosos, como o foi Jesus e como deve ser um Filho de Deus.
4.       Os que têm fome e sede de Justiça
Colocadas as premissas, o que chamamos então de “os que têm fome e sede de justiça”?
Temos dois tipos de homens que “têm fome e sede de justiça”:
a.       o primeiro é aquele que tendo despertada recentemente sua consciência a respeito das coisas do espírito, começa a se questionar sobre:
·         a forma de construir sua existência,
·         o valor das buscas e vitórias materiais,
·          o tipo de vida que leva, sem se importar com seu lado espiritual,
·         sua qualidade de vida,
·         seus atos e suas obras
·         etc.
Tendo iniciado esses questionamentos segue em frente buscando cada vez mais o caminho da evolução, abandonando a procura do ter e passa a buscar o ser.
b.      O segundo, é aquele que já de há muito conhece e labuta sobre sua evolução espiritual, tendo sempre a preocupação de avaliar sua relação com seu Deus Interior, com sua Centelha e busca a perfeição.

O primeiro começa, com esse novo posicionamento perante a vida, em especial, com sua aceitação da necessidade de dedicar-se mais à vida espiritual, a aproximar-se da virtude e tornar-se virtuoso.  Antes ele buscava parecer (ou não) religioso, apresentar-se como um homem bom, até praticando o bem, mas não se preocupando de fato com sua evolução. Agora, no entanto, sua postura frente à vida é diferente. Ele sabe que agora tem de evoluir e que não deve contrariar a finalidade de sua existência neste mundo e, por isso, se vigia para não incorrer nos erros grosseiros que cometia antes.
Já o segundo, ultrapassou esse estágio e agora é um homem sábio, faz, sem dificuldade, tudo aquilo que pode contribuir para sua completa iluminação. Sua bondade não é forçada, é natural.
O primeiro tem fome e sede de justiça porque despertada sua consciência quer agora consertar os seus erros, reparar seus atos maus ou vis. A justiça para ele é o resgate, ainda em vida, desses erros e atos, censurando, agora, nos outros que os cometem, e censura a si mesmo por haver incorrido nesses atos.
O segundo busca seu caminho para a sabedoria, já não praticava tais atos, não censura outros porque sabe que cada um tem sua hora e vez de caminhar, que o tempo da evolução de cada um é diferente, mas que todos chegaremos a Deus, após muitas encarnações.
O primeiro tem fome e sede da justiça, no sentido de redimir-se; o segundo porque busca cada vez mais a retidão de seus atos. No primeiro o sentido é de justiça no sentido exato da palavra. Busca redimir-se, aceita as penas para seus erros,pede a Deus que o fortaleça, e começa a compreender a importância do Evangelho em sua vida.. No segundo o sentido de justiça refere-se à justeza de seu comportamento, à retidão de seus atos, à certeza de que está, de há muito, no caminho certo. Não necessita mais aprender que seguir o Evangelho é o único caminho que o leva a Deus, ele já o sabe.