Missa
Negra
A missa negra é a missa católica rezada ao contrário.
Tem como finalidade adorar Lúcifer e, supostamente, fazer o mal àqueles que
seus seguidores consideravam como inimigos. Era uma variação do satanismo.
As Missas Negras, segundo seus seguidores, eram
poderosíssimas e utilizavam, de acordo com eles, terríveis instrumentos para
fazerem trabalhos de magia negra. Assim seu principal instrumento era a magia.
Como podemos ver, os feiticeiros, a magia negra, o satanismo e a missa negra
são cultos idênticos, com pequenas variações. Seus instrumentos são mais a
energia individual ou a canalizada por seus praticantes do que a utilização da
mediunidade, embora, como falamos anteriormente, ela quase sempre esteja presente
em alguns de seus líderes.
O tipo de magia, de acordo com aqueles seguidores, produzido
pelas missas negras era imparável, devastador. A sua realização não era
celebrada para todo o tipo de situações e a encomenda de uma missa negra
somente seria feita expressamente para um fim avassalador. A missa negra
popularizou-se no séc. XVII, com as famosas missas satânicas do abade Guibourg.
Com elas o abade realizava os desejos de quem o procurava, pagos, com
antecedência, obviamente, a peso de ouro.
Ainda existem, em vários países do mundo
praticantes deste culto, com o mesmo objetivo. Segundo a doutrina espírita, trabalhos
feitos sob encomenda por pessoas que invocam o auxílio de espíritos das trevas
e demônios e com eles faz um pacto é considerado Magia Negra.
Após 1908, a Umbanda, por isso mesmo, foi, por
alguns autores chamada de Magia Branca, entre eles Leal de Souza, pois seria a
única forma de combater a Magia Negra utilizando-se de entidades de luz que se
reuniriam com a finalidade de praticar a caridade e livrar aqueles seres
humanos de trabalhos que haviam sido feitos contra eles pela Magia Negra.
Devemos reafirmar que quando a pessoa consegue
manter sua vibração acima daquela que foi utilizada, nenhuma magia negra se
sintoniza com ela pois as ondas vibratórias se encontram em diferentes níveis.
Pelo que foi descrito acima vemos que o trabalho do mago ou feiticeiro não
conta necessariamente com o auxílio de espíritos inferiores; pode utilizar sua
própria força magnética concentrando-se para que o mal aconteça a quem é
dirigido.
Os Exorcistas
O exorcismo ainda é praticado na Igreja Católica,
mas cada vez menos, e poucos são os religiosos autorizados pelo Vaticano para
sua execução – lembremo-nos que estamos falando de uma realidade constatada em
1904. No início do século antepassado – século XIX – muitos padres e leigos,
que se sentiam ou diziam que tinham poder para isso praticavam o exorcismo de
espíritos vinculados às forças do mal.
Na antiguidade, nas culturas egípcia, babilônica,
assíria e judaica atribuíam-se certas doenças e calamidades naturais à ação dos
demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A
cultura ocidental recebeu essas ideias por intermédio da Bíblia e do
cristianismo primitivo.
No cristianismo, exorcismo é a cerimônia que visa
esconjurar os espíritos maus, forçando-os a deixar os corpos possessos ou eliminar
sua influência sobre pessoas, coisas ou lugares. Quando objetiva a expulsão de
demônios, chama-se "exorcismo solene" e deve fazer-se de acordo com
fórmulas consagradas, que incluem aspersão de água benta, imposição das mãos, conjurações,
sinais da cruz, recitação de orações, salmos, cânticos etc.
Foi no judaísmo antigo que se atribuiu ao demônio
intervenções muito concretas na vida cotidiana. O livro de Tobias (século II
a.C.), de influência assíria, narra um exorcismo praticado mediante a oração e
com as vísceras de um peixe.
No Novo Testamento, que não apresenta modificações
essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste
de maneira mais realista nos exorcismos praticados por Jesus e por seus
discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de
possessos ou desequilibrados mentais e, em outros, da cura de enfermidades
atribuídas à ação do demônio.
Os evangelistas se servem dessas vigorosas
ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para
mostrar como seu povo se libertou do pecado. Assim, esses milagres seriam
também um sinal da instauração do reino de Deus.
"Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu
expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós".[1]
Exorcismos na história,
assim como as curas, foram comuns na
igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da igreja sob o imperador
Constantino, os exorcismos carismáticos – realizados informalmente por qualquer
cristão – deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanum
reuniu mais tarde diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também
as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos.
Os exorcismos solenes, que têm por objeto expulsar
o demônio do corpo de um possuído, são uma prática raríssima e só confiada,
mediante permissão episcopal, a sacerdotes muito experientes. Tendo
tornado, a Igreja Católica, esse ritual extremamente fechado acabou por
transformar-se, principalmente no final do século XIX e início do século XX, em
uma espécie de dom, que os exorcistas alegavam ter para oferecer sua prática,
seus serviços. Com isso foi possível que,
ele começasse a ser explorado comercialmente por indivíduos que se diziam
capazes para tal tarefa. Apareceram então os exorcistas leigos que se
ofereciam, a troco de um bom pagamento, para expulsar os demônios que eram
falsos ou inexistentes.
O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar
muitos mistérios supostamente sobre-humanos, o que também sucedeu, de modo
ainda mais intenso, com a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no
século XI. Os exorcismos embora raros, ainda acontecem nos nossos dias.
As
Sacerdotisas do Futuro
O final do século XIX e o início do século XX foram
períodos em que o esoterismo na Europa estava a pleno vapor. Tarô, cartas
ciganas e baralhos comuns, eram os instrumentos usados por essas videntes. Normalmente,
as praticantes eram mulheres com maior poder aquisitivo que viajavam e tinham contatos
com esotéricos europeus e que se propunham a predizer o futuro. Existiam também
cartomantes pobres que faziam de suas adivinhações e predições seu ganha pão.
A crença era de que só os cultores do futuro,
podiam modificar a fatalidade, afastar a morte, sacudir o saco de ouro da
fortuna, soltar o riso da alegria na tristeza dos séculos. As sacerdotisas do deus
futuro infestavam o Rio de Janeiro, tomando conta de todos os bairros,
prediziam a sorte aos ricos, compunham um mundo exótico e complexo de
cartomantes, adivinhos, sonâmbulas videntes, grafólogas, feiticeiras e
bruxas. Essa gente se propunha a curar,
salvar, desfazer as desgraças, erguer o véu da fortuna, e faziam com que, as
pessoas, esperassem e acreditassem em seu poder. Eram sacerdotisas que viviam
em prédios lindos ou em taperas – eram as pitonisas modernas, os oráculos
gregos recriados.
Nesse meio tão variado havia pessoas ignorantes,
pessoas cultas, advinhas e cartomantes que viam nas cartas caminhos estreitos e
caminhos largos e algumas que não sabiam nem distribuir o baralho, sonâmbulas
falsificadas. As sacerdotisas mais cultas estudavam as diversas formas de
predição, pois tinham condições financeiras para isso. No entanto, as mais
pobres, brancas e mulatas, se apropriavam dos moldes dos africanos, tais como
os búzios ou dos baralhos comuns.
Culto ao Mar
Foi uma síntese entre a cultura dos negros, antigos
escravos, que já se encontravam libertos do cativeiro, com a dos indígenas
brasileiros já que ambas adoravam elementos da natureza e os astros. Esse culto
era praticado pelos pescadores.
Era um culto variado, adoravam o cosmo, cultuavam a
lua, o mar, as criaturas do mar e alguns elementos divinizados. Existiam três
cultos: à Lua, ao Mar e ao Arco-Íris. O do Arco-Íris ocorria em Sepetiba e era
a adoração de um deus que se curvava nas nuvens multicolorido, diáfano e
luminoso. Era um deus cujas qualidades eram extremamente vagas, era a indeterminação, sem precisão no
tempo e no espaço – pois ninguém sabia quando iria começar e quando iria acabar
e nem onde se situava –quando pensavam que ele chegaria, ele não chegava,
quando ao contrário achavam que ele não viria, ele vinha, quando achavam que
poderiam se aproximar dele não conseguiam, era como se ele fugisse. Ele se erguia
das ondas e desaparecia sem que se soubesse para onde ele ia, infundindo o
terror daquilo que se faz e se desfaz, sem que se saiba como.
O culto à Lua e ao Mar era o respeito que tinham à mãe
d’água, tendo a longínqua recordação de que ela aparecia vestida de branco
seguida de homens barbados de verde. A aparição feminina gritava de repente,
apagava as luzes na barca, fazia as cerrações, afastava os peixes, e às vezes
cantava. Para aplacar a deusa do mar, ser impalpável e lindo, os pescadores
faziam o sacrifício de um carneiro. Matavam o animal à beira do oceano; o
sangue caía numa cova aberta na areia. Depois partiam em suas canoas levando seus
pedaços como presentes a ela os quais deixavam cair no fundo da baía com uma
oração votiva.