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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

AINDA A RESPEITO DO PLANO ESPIRITUAL




AINDA A RESPEITO DO PLANO ESPIRITUAL

No tocante à organização e hierarquia no plano espiritual, elas se apresentam da mesma maneira como nos organizamos em nosso plano, independente se trabalham para o Bem ou para o mal. Também lá existe a organização necessária para que cada dimensão atinja aquilo a que se propõe. Existem, nesses planos, pirâmides de mando.

Nos planos superiores, seus níveis mais altos são ocupados pelos Espíritos como nível evolução e este é o valor que legitima os responsáveis pela liderança e comando dos trabalhos. Os grupamentos que ali trabalham, desde o mais baixo e numeroso, até os mais altos, mais evoluídos, e em menor número, têm suas atividades específicas.

Para esclarecer melhor essas pirâmides, podemos compará-las a um exército, onde existe um único comandante em chefe – o espírito com mais luz -  vindo depois o estado maior, formado de oficiais de alta patente – espíritos com muita luz e sabedoria sobre suas atividades –  depois vem os oficiais comandantes de batalhões e, assim, por diante até chegar ao nível dos chamados soldados rasos, que são em número muitíssimo maior. Esta maneira de organização se dá com todas as entidades, Pretos Velhos, Caboclos e Exus. Para dar um exemplo, com os Exus. A forma de trabalho, podemos dizer, seria mais ou menos assim: imaginemos que em um bairro de uma cidade, temos um grupo de soldados cujo comandante é o cabo e que tem como função cuidar daquela comunidade. Em um conjunto de bairros, no qual o primeiro está englobado, existe um destacamento maior onde já temos mais soldados, mais cabos e um sargento, que têm sob seus cuidados aquela comunidade maior. Qualquer coisa que sair do controle naquele primeiro bairro o cabo que comanda os poucos soldados de lá fala diretamente com o sargento, chefe do destacamento do conjunto de bairros, e este lhe orienta e apoia ou se não puder fazê-lo, se vale do mando superior que existe naquela cidade. Este já tem um quartel com oficiais e um agrupamento de soldados maior. E assim por diante, e se for necessário, até chegar à mais alta patente daquela corporação. No caso específico dos Exus, imaginemos um ataque de falanges inferiores, sem luz, a um Centro ou Terreiro de Umbanda.  Caso o Exu Guardião, no caso da nossa Casa Branca o Exu Caveira, sentir que o ataque é mais forte e organizado ele pode se valer do chefe da Casa dos Exus – Exu das Sete Encruzilhadas – e solicitar uma quantidade maior de soldados para enfrentar aquele ataque. No caso dos Pretos Velhos e Caboclos, esta vinculação também se dá, com os Espíritos superiores dessas pirâmides atuando diretamente para o fortalecimento da corrente mediúnica e, também, no auxílio nos trabalhos para os quais as entidades estão sendo solicitadas no momento.

No trabalho dos espíritos, existem grupos, que com uma chefia, se responsabilizam por atividades específicas, como veremos. Cada chefia possui diferentes graus de liberdade para suas decisões, dependendo do seu nível de evolução e em consequência da sua posição na escala hierárquica – lembrem-se do exemplo de uma instituição militar. Um espírito de maior luz poderá descer, em razão de um trabalho, aos níveis inferiores ao seu, mas não poderá chegar, por sua exclusiva vontade ou decisão, a níveis superiores ao seu, pois, nos planos acima do que ele habita e trabalha, somente habitam e trabalham espíritos com nível ou níveis mais altos que aquele que ele possui. Assim se conformam as pirâmides decisórias nos planos superiores.

Nos planos inferiores, essas pirâmides se formam a partir de líderes que conseguem ter maior ascendência sobre os espíritos daqueles planos e, também, pelo seu maior descompromisso com o bem e maior compromisso com o mal. Nesses planos as organizações se dedicam a fazer o mal. Também possuem sua hierarquia e aqueles que por algum motivo não completarem uma tarefa que lhes foi ordenada ou se recusar a fazê-la poderá ser punido com os instrumentos que eles possuem ou serem perseguidos por outros espíritos inferiores. Devemos ter claro, que muitos desses espíritos, com níveis baixíssimos de evolução, fazem o que fazem, apenas por que foram mandados. Desta forma, uma desobediência nesses planos, poderá tornar sua estadia naquele nível pior do que já era. Nesses casos, os que mandam ali podem também se valer de espíritos que foram inimigos na terra, daqueles outros, também desencarnados, tornando-os seus obsessores, os quais de diversas formas buscarão vingar-se deles por possíveis situações em que, quando encarnados o agora obsessor se sentiu prejudicado por aquele a ser obsidiado. Muitas vezes os espíritos de vibração mais baixa se colocam sob a proteção de um líder de uma quadrilha ou de uma horda para evitar serem perseguidos por outros espíritos, também inferiores, com os quais têm dívidas espirituais, que estão em sua mesma dimensão[1].

O número de planos existentes no astral ao qual a Umbanda se vincula ainda não foi determinado ou visto. Por isso, vamos assumir como sete os níveis de evolução e, consequentemente, serão também sete os planos do astral aos quais poderemos nos ligar. Assumimos esse número, por ser este o número mais aceito na maioria das ordens esotéricas ou religiões. Na Teosofia, por exemplo, através de Madame Blavatsky e seus seguidores, em especial Charles Webster Leadbeater e Annie Besant, assim foi determinado. Como a Teosofia e a Umbanda, no tocante à crença na espiritualidade, se aproximam muito, podemos aceitar esse número[2], para que tenhamos uma forma de imaginar e raciocinar o plano espiritual. No livro o Nosso Lar, podemos ler as descrições de André Luís, sobre a chegada de espíritos de paragens superiores com a finalidade de proporcionar ensinamentos aos espíritos daquele plano. Além disso sabemos que o número sete é mágico na Umbanda, já que temos as Sete Linhas de Umbanda, os Sete Raios com os doze Orixás, e pela sabedoria de nossas entidades que normalmente usam esse mesmo número em seus trabalhos, como por exemplo, sete velas a serem usadas, sete banhos a serem tomados, sete rosas a serem ofertadas, etc. A mudança de plano dentro do conjunto espiritual da Umbanda, não é semelhante a uma viagem no espaço. Na verdade, como o que diferencia um plano de outro é o nível vibratório, a simples mudança de frequência vibratória nos abre as portas de outro plano, que não o nosso. Esta mudança vibratória se dá através de nossa evolução espiritual. Cada plano superior se aproxima mais e mais da vibração da Energia Divina.
Apenas como um aprendizado adicional, sugiro a leitura do livro Viagem de uma Alma[3], que nos mostra com muita clareza isso. Voltando, à coleção Nosso Lar, psicografada por Chico Xavier, em especial no primeiro volume, que leva o nome da coleção, nos é narrado um processo de adensamento do perispírito daqueles que viriam em uma missão ao nosso plano, o que nos mostra a diferença de vibração entre os diversos planos.




[1] Os livros psicografados de André Luís e de Manoel Philomeno de Miranda, nos dão uma ideia bem clara disso. Podemos citar Libertação e Loucura e Obsessão, como exemplos.

[2] Já na Antiga Grécia, Platão em sua obra A República definia a cidade ideal, onde somente nela poderia haver justiça para todos, como tendo um máximo de 5048 almas, o que é, na matemática o resultado fatorial de sete.
[3] Viagem de uma Alma - Peter Richelieu