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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CRISTO NA UMBANDA


CRISTO NA UMBANDA

Muitas vezes já fomos questionados sobre o porquê de cultuarmos o Cristo na Umbanda. Responderemos primeiro do ponto de vista histórico, depois do ponto de vista doutrinário. 

Do ponto de vista histórico, não podemos nos esquecer que nossa Religião foi anunciada em seu primeiro dia -15/11/1908 – através da manifestação das entidades que comporiam a Umbanda em uma mesa Kardecista.  Rechaçadas, pelo preconceito que antes reinava até nas mais inteligentes cabeças do Espiritismo, as entidades se propuseram, através do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a lançar a religião de Umbanda no dia seguinte, na casa do aparelho daquela entidade, Zélio Fernandino de Moraes.

A segunda razão histórica está no fato de o Caboclo das Sete Encruzilhadas ter confirmado que havia sido um Padre Jesuíta de nome Gabriel Malagrida. Por que as entidades escolheriam um Padre Jesuíta, queimado na fogueira da Inquisição para ser seu porta-voz? Ainda mais se considerarmos que esse jesuíta foi queimado vivo por ter se oposto a ações do Marquês de Pombal, as quais prejudicavam o povo e beneficiavam somente a um grupo próximo a ele.  Acreditamos que essa foi a razão mais forte para sua escolha, pois a Umbanda, enquanto a Manifestação do Espírito para a Caridade, já nasceu com o intuito de atender a todos Irmãos, igualmente, sem discriminação.

Finalmente, a terceira foi a comunicação que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fez, a respeito da chegada desse grupo de entidades para o trabalho da caridade na Umbanda, de que eles tinham vindo em nome de Santo Agostinho (lembremo-nos que a origem deste santo é africana, da região onde hoje é a Argélia).

Do ponto de vista religioso, não podemos esquecer que no ocidente nosso Governante maior é Cristo. Se estivéssemos no oriente, provavelmente teríamos outro.  Assim, doutrinariamente, devemos tomar os ensinamentos de Cristo como balizadores de nosso comportamento. Esse compromisso com o Evangelho de Cristo se dá em nossas ações do dia a dia, não se limitando ao Templo.
A grande pregação de Cristo, se baseava em apenas um palavra: Amor!!!
Amor ao próximo, visto como nosso irmão em Cristo, amor à natureza, como resultado da energia divina que nos envolve, perpassa e nos fortalece no enfrentamento com nosso cotidiano.

Devemos lembrar que a prática da caridade ao nosso próximo é o amor de Cristo em ação.  Caridade no seu sentido lato.  Não apenas a doação de bens materiais, tão confundida com a real caridade pregada por Jesus Cristo.  Essa caridade vai muito além daquela restrita à doação material. Ela é a tolerância, é a compreensão, é a disposição de ouvir àquele que necessita falar, é o saber falar com aquele que precisa ouvir, é o alegrar-se pelas vitórias dos irmãos, é não se deixar levar pelo egoísmo, é ser pacífico e apaziguador, enfim é cumprir em todos os momentos aquilo que nos foi ensinado há mais de 2000 anos.  Para cumprir seu objetivo a Umbanda preconiza a pratica do bem do amor e da caridade, ou seja, tem por objetivo principal a evolução espiritual de toda a humanidade.
Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a Umbanda nos ensinou também que, tal como Nossa Senhora da Piedade recebeu o seu Filho em seus braços, a Umbanda estaria de braços abertos a todos aqueles que necessitassem da caridade por ela pregada.  Na primeira carta de Paulo aos Coríntios, a caridade é considerada a mais importante de todas as virtudes.  “Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade. A maior delas, porém é esta última: a caridade (Cor.13; 13)”.
Portanto, a base fundamental da Umbanda é o amor que Cristo veio nos ensinar, é o amor em ação, ou seja, é a pratica da caridade.