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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

 

                                      NÃO VIM DESTRUIR A LEI  - PARTE 2

Continuação do Capítulo I

VI. Não cometais adultério.

Também, neste caso, esse mandamento era absolutamente necessário para uma multidão que se deslocava pelo deserto, em um ambiente onde as leis naturais não tinham força para impedir esse tipo de ato. Para nossos dias atuais, quando já temos critérios e valores morais mais fortes, esse mandamento possui, agora, um sentido maior de moralidade do que de pecado, como era visto naquela época. No Evangelho segundo o Espiritismo, em seu capítulo VIII, itens 5 e 6, podemos ler: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração adulterou com ela”. (Mateus, V:27-28)

6. A palavra adultério não deve ser aqui entendida no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas com sentido mais amplo, Jesus a empregou frequentemente por extensão, para designar o mal, o pecado, e todos os maus pensamentos, como, por exemplo, nesta passagem: "Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, acompanhado dos santos anjos" (Marcos: VIII:38).

Como vemos, no Evangelho de Jesus essa palavra toma um sentido muito mais amplo. O adultério não é mais o ato de ter relações sexuais fora do casamento, mas qualquer tipo de ato de corrupção poderá ser assim classificado. Além disso, Jesus, também deixa claro que pensamentos maus, sejam a respeito do que forem, podem ser considerados um adultério. Na passagem citada acima, do Evangelho de Marcos, aquele se envergonhar de Jesus também cometerá um adultério. Portanto, conforme colocado, a verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal. Foi isso que Jesus quis dizer, condenando o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza. (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII itens 5 e 6). No tocante à sexualidade, a doutrina espírita o vê como um desperdício de energia sexual, sem amor.

Mas, adulterar não tem nesse mandamento somente o seu sentido comum de traição conjugal. Quando faltamos com a verdade, levando a que outra pessoa, por esse nosso comportamento, seja prejudicada, estamos também adulterando. Quando deixamos de cumprir o que prometemos ou deixamos de fazer aquilo que é nossa obrigação, também estaremos adulterando, já que prejudicaremos alguém com o nosso comportamento. Quando, estando em um negócio, comercial, industrial ou mesmo pessoal, lesamos alguém com atitudes desonestas, também estaremos adulterando. Enfim, qualquer comportamento nosso, que não condizer com a verdade ou com nossa obrigação, na sociedade, no trabalho ou em nosso lar, é também uma forma de adulteração.

VII. Não roubeis.

O roubo, por quem o pratica, é, normalmente, fruto da ambição, da inveja, do apego ao material e do esquecimento de que temos necessidade da evolução do espírito encarnado. O roubo seduz aos espíritos menos evoluídos por permitir obter algo, que não nos pertence, sob a conduta da lei do menor esforço. É claro que a injustiça social leva a muitos seres humanos recair no erro de roubar. No entanto, as condições em que esses espíritos reencarnaram foram previstas por eles mesmos quando do seu planejamento reencarnatório. Deste modo, podemos atribuir à fraqueza daquele espírito o fato de incorrer, novamente, neste erro. Mais grave ainda é quando esse roubo se dá em prejuízo de uma comunidade. Um exemplo disso é a corrupção política. Portanto, embora do ponto de vista material ou social se possa buscar uma explicação para uma ação desta, do ponto de vista espiritual não deixa de ser uma provável recaída do espírito em erros que já cometeu em outras encarnações. Este mandamento tem também uma explicação que se vincula às condições em que viviam os judeus, ainda errantes no deserto, quando Moisés recebe as Tábuas da Lei. Assim, além do caráter religioso, possui um caráter de moralidade para a população.

VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.

Também, neste mandamento, o sentido dele é maior do que imaginamos. Não é somente o acusar falsamente alguém, que está incluído aqui. Todos os tipos de mentira, que de alguma forma prejudicam um irmão, são também uma forma de prestar falso testemunho. Quando um ser humano dá início ou continuidade a um boato, uma fofoca, contra um seu irmão, estará incorrendo no erro de prestar falso testemunho contra aquele irmão. Quando me valho de uma falsa aparência de seriedade ou de honestidade, para me impor sobre um irmão, alegando suas faltas, também estarei prestando um falso testemunho. Quantas pessoas, que ocupam cargos que os tornam exemplos de comportamento, se apresentam, para a sociedade, com uma cara e no seu íntimo é absolutamente diferente. Também estes prestarão falso testemunho contra a sociedade.

IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.

Não podemos aqui, restringir esse mandamento a simplesmente desejar a mulher do próximo. Quantas pessoas, hoje, desejam tudo o que vêm com seus irmãos e, não podendo consegui-lo, tornam-se verdadeiros obsessores em vida, invejando a todos emitindo energias negativas contra todos, sentindo-se injustiçados e desamparados pela vida. Em nenhum momento se perguntam por que não têm aquilo que desejam. Não olham para si mesmos como os principais causadores de seus males, como o somos todos. No que diz respeito a desejar a mulher do próximo, nos dias de hoje, tendo em vista as mudanças por que passou a sociedade terrena, devemos lembrar que também às mulheres se aplica este mandamento. Os desejos, sejam provenientes da atração sexual, sejam das ambições materiais, são a raiz de todos os males. Se nos contentássemos com aquilo que temos ou usássemos apenas os meios legais e morais para obter mais, não incorreríamos em tantos erros, que nos geram responsabilidades a serem resgatadas durante esta ou em outra encarnação

X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.

Aqui, neste mandamento, temos uma recomendação que nos alerta para alguns de nossos principais erros, a inveja, a cobiça, a falta de respeito ao próximo e a maldade que buscam conseguir posições, propriedades e poderes, criando situações em que o ser humano busca aparentar ter ou ser quem, verdadeiramente, não é. Devemos evitar qualquer sentimento menos digno em nossos corações a fim de evitarmos ser pegos pela cobiça e a inveja.

Quem cobiça os bens alheios ainda não aprendeu, com Jesus, que há mais alegria em dar do que em receber. O Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, no livro Fonte Viva –– Lição 117 – nos ensina na mensagem intitulada “Possuímos o que damos”:

 

“Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.

Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.

Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.

Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.

Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.

Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as Criaturas, a fim de que em doação permanente se multipliquem ao infinito.

Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.

Possuímos aquilo que damos.

Não te esqueças, pois, de que és o responsável pela condução da vida em que te encontras.

Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá também teu interesse afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e, em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna”.

“É claro que, aquele que colocou em seus mandamentos: "Tu não mataras; tu não farás mal ao teu próximo" não poderia se contradizer fazendo deles um dever de extermínio. As leis mosaicas propriamente ditas, tinham, pois, um caráter essencialmente transitório". (Evangelho segundo o Espiritismo, 1995 cap. I item 2 p. 54)

Finalmente, Kardec, ainda no Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, nos comentários do item 2, nos diz o seguinte sobre esta lei:

"Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter, pelo temor, um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha que combater os abusos enraizados e os preconceitos hauridos na servidão do Egito. Para dar autoridade às suas leis, ele deveu atribuir-lhes origem divina, assim como fizeram todos os legisladores dos povos primitivos; a autoridade do homem deveria se apoiar sobre a autoridade de Deus; mas só a ideia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma delicada justiça eram ainda pouco desenvolvidos”.

Como vemos, as leis, trazidas por Moisés, são fruto de sua mediunidade (as chamadas leis divinas) de sua sabedoria (as leis chamadas de mosaicas, ao todo 613 mandamentos, é o nome dado ao conjunto de todos os mandamentos que, de acordo com o judaísmo, constam na Torá (os cinco livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio).

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Caros amigos, vamos, a partir de hoje, começar a postar alguns textos sobre os capítulos do EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, buscando mostrá-lo de maneira mais simples e explicada. Esse trabalho está respeitando os princípios básicos do Espiritismo Cristão, expresso nas obras de Alan Kardec, Emmanuel, André Luiz e outros espíritos comunicadores, através de Chico Xavier e de outros médiuns respeitáveis e de honestidade e seriedade comprovadas. Nesta postagem falaremos sobre  o Capítulo I, NÃO VIM DESTRUIR A LEI.

CAPÍTULO I

NÃO VIM DESTRUIR A LEI

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.
Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra.
(Mateus, cap. V, itens 17 e 18)

Quando perguntaram, a Nosso Senhor Jesus Cristo, qual era o maior dos mandamentos, Jesus respondeu: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mateus, 22: 37- 40).

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também vós, porque essa é a lei e os profetas” (Mateus, 7:12).

1.  1. A qual lei se refere Nosso Senhor Jesus Cristo, quando diz que não a veio abolir, mas, sim, cumpri-la?

 A lei que foi implantada por Moisés, para o povo hebreu, tinha duas características. A primeira, que ele designou como divina, representada pelas tábuas da lei, trazidas por ele do Monte Sinai. A segunda, a lei terrena, que veio se adaptando aos modos e costumes judeus, de acordo com sua época. A primeira, é imutável, a segunda como dissemos muda com o tempo e a cultura do povo. Jesus, quando fala que veio para cumprir a lei, refere-se à lei designada, por Moisés, como divina.

 2.   Qual é a lei divina que deve ser cumprida?

Como dissemos, esta lei, segundo Moisés, foi recebida no Monte Sinai e inscrita nas tábuas da lei. Trata-se, portanto, dos dez mandamentos.

Há mais de 3500 anos, Moisés recebeu no Monte Sinai os dez mandamentos. A forma pela qual se deu o processo de recepção dos ensinos, considerados de origem divina, é desconhecida. Segundo o que consta no livro do Deuteronômio

Pelos registros bíblicos, em Deuteronômio (5:6-21), após a fuga do Egito, no sopé do Monte Sinai, as Tábuas da Lei, que segundo ele, teriam sido escritas diretamente por Deus, lhes foram entregues, para que delas desse conhecimento ao povo hebreu. Como as duas tábuas originais foram quebradas, por Moisés, ao verificar que na sua ausência o povo havia construído um Bezerro de Ouro e o adorava – Voltou ao Monte e, lá, Deus teria escrito outras tábuas, conforme registrado em Êxodo (34:1).

Na literatura Espírita Cristã, supõe-se que esta comunicação ocorrido pela escrita direta pelo médium Moisés. recebeu pela escrita direta, em tábuas de pedra, um conjunto de dez  mandamentos sobre como deveria se comportar o ser humano em relação a Deus e a seu próximo. Esta forma de comunicação do plano espiritual não exige a presença de um médium psicógrafo, pois a escrita é feita diretamente pelo espírito.

Naquela época, os povos, em geral, e os hebreus, em particular, não respeitavam com tranquilidade as leis humanas. Por isso, seus líderes e sacerdotes, traziam leis que diziam provenientes diretamente de suas divindades. No caso dos hebreus, Moisés lhes apresenta as tábuas da lei com mandamento que eram provenientes de seu Deus único. Sabemos que Moisés foi um dos maiores médiuns da antiguidade. Por essa razão, a origem mais provável desses mandamentos é o próprio plano espiritual ao qual o líder judeu tinha acesso por sua já mencionada extraordinária capacidade mediúnica.

3.   Por que foram necessários os dez mandamentos e a lei de Moisés?

Os dez mandamentos, trazidos por Moisés,  nos dão uma síntese do que deve ser o comportamento do homem, preocupado com sua evolução e com tornar-se um bom ser humano.

Esses dez mandamentos, em conjunto com as determinações da lei mosaica, foram a forma de conseguir conduzir aquele povo, ainda bárbaro, aquelas doze tribos, durante a busca da terra prometida e, também, durante a construção do país hebreu. Flávio Josefo, um líder militar judeu, que viveu entre 37 d.C. e 100 d.C., escreveu um livro sobre os inúmeros conflitos entre judeus e romanos, além de suas guerras contra os diversos povos vizinhos, como os sírios, os cananeus, etc. Em suas narrativas podemos ver as barbaridades que eram feitas pelos judeus e contra eles. Foi para controlar essas barbaridades, assim como suas ocasionais idolatrias, que Moisés trouxe os Dez Mandamentos, assim como os 613 mandamentos de sua própria lei.

4.   Quais são os dez mandamentos da lei divina?

I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. – Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.

Naquela época, a idolatria, ou seja, o culto a ídolos, era, como dissemos anteriormente, muito comum. O caso mais clássico desse culto, entre os judeus, foi o do bezerro de ouro,  citado na Torá e na Bíblia. Os judeus,  mesmo tendo já visto e sentido a proteção do verdadeiro Deus, ao serem libertados do Egito, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.  ....

3 Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão.
4 E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. (Êxodo, 32, 1, 3 e 4)

Outro exemplo disso, foi que, anteriormente, parte povo Judeu adorou, outros deuses, como, por exemplo, Baal. Este era uma divindade adorada em muitas comunidades antigas do Oriente Próximo, especialmente, os cananeus, que o veneravam como deus da fertilidade e era o principal deus de sua adoração. No século IX a.C., quando já era adorado, em Israel, o Deus único, Jezabel, originária das cidades Tíron e Sidon, casada com o rei Acabe de Israel,  tentou introduzir o seu culto entre os judeus, em oposição ao seu Deus único.

Assim, como vemos, de tempos em tempos, grupos de judeus, tornavam-se adoradores de mais de um deus, embora sua verdadeira religião já fosse, há muito, monoteísta; para evitar essa idolatria é que o primeiro mandamento fala de adorar a um único Deus.

II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.

Este segundo mandamento se deve ao fato de naquela época, como ainda hoje, as pessoas utilizarem o nome de Deus para conseguirem sucesso material. Assim, sempre que podiam, e ainda podem, as pessoas solicitavam a proteção de Deus nas suas buscas de bens materiais. Ainda hoje vemos isso em todas as religiões. Em algumas são promessas que são feitas, em outras a esperança de que a contribuição que dão volte multiplicada.

Em nossa religião, os pedidos de pessoas para que sejam feitos trabalhos para seu sucesso em negócios e ou em julgamentos onde questões materiais estão em disputa. Por qualquer motivo se pede a intervenção divina, de entidades e ou Orixás, para a resolução de seus problemas materiais. Na Umbanda devemos tomar muito cuidado com esses pedidos, evitando fazê-los, pois, não conhecendo toda a história que envolve o pedido, podemos estar solicitando algo que não é justo. As entidades, como entidades de luz, devem procurar, nesses casos, despertar nos fiéis a sua fé e mostrar-lhes que não estão desamparados e que, aquilo que for certo, deverá acontecer, pois, a energia positiva do Universo trabalhará nesse sentido. Nós médiuns, devemos evitar envolver as entidades do Terreiro, em demandas que nada têm de religiosas e muitas vezes injustas. Nós, os Umbandistas Cristãos, sabemos que existem muitos espíritos de menor evolução se aproveitam de pedidos como esses para aproximarem-se de quem o pede e do próprio médium que se propõe a fazê-los. Assim, este segundo mandamento nos faz lembrar que nada acontece no mundo, a não ser pela vontade divina, e que aquilo que nos acontece, nós somos, sempre, de alguma maneira responsáveis por isso. Além disso, não devemos pedir a Deus nada que não seja para a nossa própria evolução.

III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.

Na Igreja Católica Romana esse mandamento fala em santificar ou guardar os domingos. No entanto, isso não muda o sentido do mandamento. Quando nos é dito para santificar o sábado, ou o domingo, a finalidade é fazer com que dediquemos pelo menos um dia em nossa semana para preocupar-nos com nosso espírito, comunicando-nos, com nossas preces com o plano espiritual, e harmonizando-nos com a Energia Divina. Este dia também deve ser usado, por aqueles que podem, para trabalhar em benefício dos irmãos. Indica, pois, a ideia de se guardar um dia da semana para a alma. Interpretando-se, ao pé da letra, pode parecer estranha, mas analisando de forma mais profunda entende-se que a ideia era a de se separar um tempo que seja da sua semana, ou seja do seu tempo vivido, para cuidar da alma, adorar a Deus e trabalhar em prol de sua obra.

IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.

A palavra honrar, nesta passagem do Evangelho, tem o sentido de respeitar, amar e reconhecer o valor dos pais, que criaram a oportunidade de que o espírito que habita nos filhos pudesse reencarnar. Além disso, ser grato a todo o trabalho que os pais tiveram para sua criação e educação. Por isso, esta passagem pode ser vista, no Evangelho, como o cumprimento da lei da gratidão filial. Ser grato aos pais é assumir a importância que tiveram e têm, para nós; é reconhecer o amor e o carinho que nos deram, assim como o seu trabalho de manter a família, visando tivéssemos um ambiente acolhedor e protetor para o nosso desenvolvimento, tanto físico quanto espiritual. Ser grato aos pais é ser grato a Deus pela oportunidade reencarnatória que foi dada ao espírito, naquele ambiente familiar. No Evangelho de Cristo, temos uma passagem onde Nosso Senhor Jesus Cristo, faz uma crítica aos fariseus, por não seguirem esse mandamento, quando vêm a Ele perguntar por que seus discípulos não lavavam a mão antes de comer. Ele lhes respondeu: 

“Então, chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que morra de morte. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: “É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus”. (Mateus, 15, vv 1 a 6)

 V. Não mateis.

Esta é uma recomendação que poderíamos tomar como óbvia. No entanto, a história das Tribos de Israel é cheia de assassinatos, mortes bárbaras e guerras de conquista. Assim, para aquele povo que ainda vivia tempos de crueldades e barbaridades. Imaginando que essas Tribos encontravam-se caminhando pelo deserto e que muitas coisas úteis para sua viagem eram escassas, que a lei que vigia era a do mais forte, já não se torna tão óbvia assim, mas absolutamente necessária para colocar aquele povo sob um mínimo de disciplina. Mesmo entre as Tribos de Israel, havia discordâncias de interesses que, frequentemente, colocavam umas contra as outras. Esse mandamento tinha, e ainda tem como finalidade, mostrar-nos que não cabe a nenhum de nós tirar a vida de um irmão. Em nossa época esse mandamento é colocado com destaque em nossos códigos penais.