Liberdade Religiosa no Brasil
Um
exemplo recente de discriminação no Brasil foi quando um Bispo de uma Igreja neo pentecostal
chutou uma imagem católica de Nossa Senhora, em seu programa de TV, dizendo que
aquilo era apenas barro. Outro exemplo foi dado por um pastor de outra Igreja neo pentecostal,
em Belo Horizonte, que atacou, juntamente com alguns de seus seguidores, com
fins difamatórios e de destruição, “na praça do Preto Velho”, uma imagem representativa
dessa Entidade. Um terceiro exemplo, se deu em Santo André, São Paulo, foi o de
um espírita que após reclamar do barulho do culto foi agredido pelos frequentadores
do culto, depois que eles descobriram que a vítima era espírita. Finalmente, o
caso do grupo de Candomblé que foi apedrejado no Rio de Janeiro, quando saía de
uma de suas reuniões. Nossa Casa Branca de Oxalá também foi objeto de atentado
ao ser invadida e iniciados alguns focos de incêndios. No período de 2011 até o
final de 2015, foram registrados quase 700 casos de intolerância religiosa no
Brasil, a maior parte em Minas Gerais, Rio e S. Paulo. Podemos imaginar que os casos
de crime foram muitos mais do que isso, já que nem todos são denunciados à
polícia. Aqueles que não foram registrados, obviamente, não estão incluídos
nesse número.
Na
sociedade civil existem inúmeras demonstrações de preconceitos, discriminações,
intolerâncias e agressões a pessoas por sua fé religiosa; um exemplo claro
disto foi dado por uma empresa, cujos donos contratavam somente aquelas pessoas
que fossem de sua religião. Fatos como esse não vêm à público e são de difícil
comprovação. Se isto acontece hoje, imaginemos como seria nossa realidade
algumas décadas atrás. Por exemplo, nas décadas de 1950/60, no Rio de Janeiro,
um frei de nome Boaventura juntava-se a delegados para perseguir umbandistas, invadindo
terreiros, prendendo praticantes e fiéis e quebrando Congás e imagens. Além
disso, não nos esqueçamos também que o, recém falecido, cardeal dom Luciano
Mendes de Almeida, numa tentativa de consertar uma infeliz declaração de João
Paulo II alegou que, quando ele criticava outras religiões, ele estaria se
referindo às religiões espiritualistas e afro descendentes do Brasil. Vejamos
abaixo um texto que se encontra na internet em um site.[1]
Os comentários mais antigos sobre essa postagem são de no máximo um ano atrás. Este
texto foi escrito pelo tristemente famoso Frei Boaventura, especialista em
acompanhar a polícia para destruís terreiros de Umbanda e Candomblé.
“Segundo
uma publicação oficial da Confederação Espírita Umbandista, existem na área do
Distrito Federal e do Estado do Rio, cerca de trinta mil tendas, centros e
terreiros” (Doutrina e Ritual de Umbanda, Rio 1951, p. 152). Cremos haver
exagero na estimativa. É porem, inegável a proliferação verdadeiramente
espantosa desses centros de superstição, leviandade, depravação,
degradação moral e loucura, em que se misturam práticas fetichistas e ritos
católicos, deuses africanos e santos nossos, doutrinas espíritas e ensinamentos
católicos, num sincretismo bárbaro de necromancia, magia, politeísmo,
demonolatria e heresia. O comissário Rui A. Tenório, chefe da secção de Tóxicos
e Mistificações da Delegacia de Costumes e Diversões do Rio de Janeiro,
declarou no dia 8 de abril de 1953 à Tribuna da Imprensa que aquela seção já
registrara até aquela data umas sete mil tendas espíritas. Acentuamos: trata-se
de 7.000 tendas registradas e apenas na maravilhosa cidade de São Sebastião do
Rio de Janeiro! É certo que existem também muitos terreiros não registrados,
mas funcionando publicamente e outros muitos clandestinos. As cidades
fluminenses de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e outros subúrbios do
Rio, possuem cada uma, como sabemos por informações pessoais, não dezenas, mas
centenas de centros de Umbanda. E não só no Rio. Estivemos no Sul, em Porto
Alegre, Pelotas, Rio Grande e outras cidades, onde o problema é exatamente o
mesmo e em quase idênticas proporções. Coisa igual se poderá dizer do Norte, de
Pernambuco, da Baia e de outros Estados da Federação. E não julguemos que se
trata de um movimento apenas entre a gente de cor. A absoluta maioria dos
“chefes de terreiros" são brancos e as tendas também são frequentadas por
pessoas que vão até lá em carros de luxo ou com chapa branca”[2].
Cabe destacar que este
texto é de 1951 e a Umbanda já havia sido descriminalizada desde 1944, durante
o governo Vargas.
Também
é bom lembrar que, em pleno século 21, mais precisamente, em janeiro de 2011,
um terreiro de Candomblé foi invadido, por uma tenente, com fuzil na mão, sob a
acusação de estar recolhendo menores.
Foram profanados inclusive os locais mais sagrados dessa religião como
por exemplo a Camarinha, local de recolhimento de filhos em obrigação. Destaque-se que a denúncia que levou a essa
ação claramente ditatorial, ao arrepio dos direitos do cidadão e da justiça,
foi uma denúncia anônima. Gostaria de ver essa mesma tenente invadindo uma casa
paroquial, uma igreja ou um templo protestante após uma denúncia anônima a
respeito de abuso de menores.
[1]http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/espiritismo/753-posicao-catolica-perante-a-umbanda.
Este texto pertence ao Frei Boaventura, publicado pela Editora Vozes, em 1957
[2]
Para saber mais do pensamento de frei Boaventura a respeito do espiritismo, ver
na internet, entre outros, documento de Michelle Cartolano de Castro Ribeiro.
NÃO DÁ PRA ENTENDER O PORQUE DO PRECONCEITO Á RELIGIÃO, SE TODA ELA FALA A PALAVRA DE DEUS É
ResponderExcluirQUE IMPORTA.
Querida filha, como eu disse, para outros filhos que aqui entraram, o preconceito tem sempre uma razão oculta para sua existência. Por exemplo, uma pessoa que não tem uma alta estima elevada pode ter preconceito de cor porque sente aquilo como a única coisa que o coloca acima dos outros; outro exemplo, é uma pessoa não resolvida sexualmente que se transforma em perseguidor e, às vezes, até em assassino de gays. No caso da religião, na maioria das vezes é uma manipulação das lideranças que tem como fundo o poder ou a ambição econômica.
ResponderExcluirSUA BENÇÃO PAI, INFELIZMENTE SE PESQUISAR MAIS ,O SENHOR TERÁ MUITAS HISTÓRIAS DE CENTROS OU TERREIROS INVADIDOS COM TODA FALTA DE RESPEITO E COVARDIA.APESAR DE TUDO ISSO,O IMPORTANTE É CONTINUAR E TER ORGULHO PELA SUA RELIGIÃO.
ResponderExcluirEj verdade, filha. Mas seria como chover no molhado. Seria mais do mesmo. Por isso dei somente alguns exemplos. Que Oxalá a abençoe.
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