Os Orixás na Umbanda não são vistos como nas diferentes nações da África. Lá em sua origem eram vistos como o espírito de um ancestral que muito havia feito pelo seu povo. Sua força se localizava em ações tais como na área da guerra, da agricultura, da justiça, da manutenção da união tribal, da medicina, ou outras que beneficiavam aquela nação ou aldeia.
Na Umbanda o Orixá é visto como uma forma da energia divina se manifestar na terra, através dos diversos elementos e em toda criação de Deus: água, terra, ar, fogo, pedra, animais, matas, folhas, raios, etc.. Eles são manifestações das energias cósmicas através dos elementos de natureza.
Para entender o que é o Orixá é necessário que nos abstraiamos da tradição das outras religiões, que somente conseguem entender Deus a partir do homem. Assim, para as religiões que têm essa visão antropomórfica de Deus, ele é o “homem” perfeito, o bondoso, o que ama, o que pune, o que ajuda, etc..
Apesar de toda essa concepção, contraditoriamente, dizem que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Se definimos Deus, a partir da sua criação, na verdade não O estamos definindo. A sua criação tem a sua energia, mas não é Ele. Portanto, explicar, mostrar, definir, enfim, ensinar o que é Deus é impossível. Deus é indizível, inominável, indefinível. Quando Moisés lhe pergunta, “de quem digo que recebi essa orientação?, Ele lhe responde: diga apenas que Eu Sou”.
Orixá como já dissemos, anteriormente, não é divindade, pois na Umbanda cremos num único Deus. Mas o Orixá é a manifestação da energia de Deus no Universo.
Em nosso planeta, entendemos a manifestação do Orixá, através das forças da natureza, pois é aquilo que conhecemos. No entanto, Deus não se limita a este planeta, mas abarca todo o Universo.
Mas, agora, como os Orixás se manifestam ou nos beneficiam na Umbanda?
Na Umbanda, temos sua representação através de Sete Raios, que representam sua linha vibracional, estando no mesmo raio aqueles Orixás cujas vibrações sejam harmônicas. A manifestação do Orixá na Umbanda se dá através da alma de um devoto daquele Orixá. Assim o médium não recebe o Orixá, mas sim um seu devoto que já se encontra no plano espiritual (caso recebesse o Orixá seria inviável resistir à imensa energia que eles representam). Esse devoto é uma alma, como o é o Preto Velho e como o são os Caboclos e todas as outras entidades que chegam na Umbanda (que é fundamentalmente uma religião de almas). A diferença entre a manifestação das almas e do devoto é que a finalidade desse último é reverenciar, homenagear o Orixá, pois não fala, não dá passes, apenas manifesta sua energia. Essa energia pode também se manifestar em um filho, através de um devoto, em uma necessidade de saúde, de harmonização, de fortalecimento e em qualquer outra onde a presença do Orixá beneficie o seu filho.
Os Doze Orixás, distribuídos nos sete raios, cultuados em nossa Umbanda são: Oxalá, Omolu, Oxossi e Ossãe, Xangô e Iansã, Oxum e Oxumaré, Ogum e Ibeji, Iemanjá e Nana.
Vinculados a esses Orixás temos as diversas linhas de trabalhadores da Umbanda, que são almas que se manifestam através dos diferentes tipos de mediunidade ou apenas no plano astral protegendo as pessoas e praticando a Caridade.
Excelente! Esta questão dos Orixás, sempre deve ser revista porque muitas pessoas ainda dizem " recebo o Orixá..." E outros umbandistas, ainda,comparam os Orixás aos Santos católicos (sincretizam).
ResponderExcluirÉ, filha. Devemos compreender como trabalhamos na Umbanda.
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